Londres é uma cidade de acontecimentos imprevistos, por entre manhãs chuvosas, rush hours repletas de fatos, gravatas e pressa, e very british nights noites loucas em rotas de pubs centenarios e locais obscuros ... A vida aqui é frenética, mas com um toque clássico, com muitos estilos e alimentada a deliciosos fish and chips e ales corporeas. Não só é uma cidade focada no trabalho e nos mercados internacionais mas também é uma das capitais culturalmente mais relevantes nestes tempos que correm.
O mercado internacional de arte contemporânea tem como porto obrigatório a cidade de Londres.... A vasta oferta passa por distintos clássicos tais como Portrait Gallery, British Museum, National Gallery, Tate e Tate Modern (sim... há duas: a primeira e a Tate original que oferece uma colecção extensíssima do impressionista ingles Turner; e a segunda está mais focada em arte contemporânea e oferece exposições temporárias e verdadeiramente impressionantes no já famoso Turbine Hall) ... mas também por um vasto portfólio de museus de menores dimensões e galerias que não têm lugar nos guias turísticos usuais tais como o ‘The Cube’, Gagosian gallery, Serpentine Gallery, etc, etc, etc.
Isto já para nao falar do Art Freeze, feira de arte internacional anual, que toma lugar no Regent’s Park, e oferece a opurtunidade para adquirir as últimas criações artísticas de nivel internacional ... para quem pode, bem entendido.
No entanto, e perante esta vasta lista, podemos aventurar-nos e "testificar" que uma das máquinas fundamentais que impele este mundo borbulhante de ideias e criações por vezes extravagantes, por vezes inospitadamente comuns, é a Saatchi Galery. Trata-se de A Galeria londrina de arte contemporânea.
Aberta em 1985 por Charles Saatchi, com o intuito de mostrar a sua majestosa e sempre mutante collecção ao público. Esta famosa galeria ocupou sítios diferentes na cidade, comecando pelo Norte de Londres em Boundary Road, passando pelo antigo edifício da câmara municipal em South Bank nas margens do rio Tamisa, e actualmente em Chelsea.
A colecção Saatchi e exposições temporárias que aí têm acontecido, passaram por várias fases, desde minimalismo e arte contemporânea Norte Americana, à arte conceptualizada e produzida por emergentes artistas britânicos como Damien Hirst e Tracey Hemin, e que através das suas criações polémicas e um tanto perturbadoras (‘Tubarão em formol’ de Hirst e ‘Toda a gente com quem dormi’ de Emin) tornaram tanto o coleccionador como a galeria conhecidos mundialmente.
Numa constante mutação, a colecção passou por mostras unicamente de pintura exibindo varias criações de Paula Rego, e voltou mais tarde a focar-se em arte contemporanea norte americana.
Há duas semanas atras, depois de dois longos anos de espera, a galeria reabriu ao público com uma polémica colecção inaugural de arte chinesa entre outras exposições permanentes ... E como era de esperar, quer criticas excelentes, quer destrutivas desabaram na imprensa inglesa e internacional. Falem bem ... falem mal ... mas ...
A galeria tem sido enormemente influente na arte britânica desde a sua abertura e repleta de controvérsia devido a natureza de criações artisticas extremamente excêntricas que incrivelmente, mesmo nos dias de hoje, chocaram quer o público quer a crítica.
Uma grande maioria dos artistas expostos, são desconhecidos do grande público, transformando a galeria numa plataforma de lancamento de novas vertentes artísticas, e convertendo-a no termómetro do estado da arte actual.
Se tiver a oputunidade de passar por estes lados chuvosos e cinzentos, é obrigatória a passagem pela Saatchi Galeria. Permita-se ser ultrajado, intrigado e sobretudo surpreendido por uma das exposições de arte mais bizarra e ao mesmo tempo criticada e amada pelo mercado internacional de arte do momento.
Aqui fica mais este London Calling, em exclusivo e em directo para o ... And This is Reality. No próximo mês trazemos mais um "chamamento londrino", com muito estilo, claro!
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