Desde há dois anos que todos os dias 25 de Dezembro trazemos aqui a história do presépio.
Sendo a Família o principal símbolo desta quadra natalícia e a Sagrada Família o seu maior expoente, então o presépio é de uma consequência simples e directa.
A sua origem remonta ao ano de 1223, quando São Francisco de Assis construiu uma cena da natividade feita de palha numa gruta perto da cidade de Greccio (no centro de Itália) e usou-a como cenário para a sua Missa de Natal. Esta encenação foi feita pela primeira vez para recentrar o enfoque da população no nascimento de Jesus, em vez da troca de presentes.
Este primeiro presépio foi uma encenação da cena do nascimento de Jesus feita com pessoas reiais e animais vivos, tal como descrito nos evangelhos de S. Mateus e S. Lucas.
O sucesso foi tal que durante 100 anos foi declarado pelo Vaticano como obrigatório que todas as igrejas encenassem as suas próprias cenas da Natividade com figuras vivas. Ao final de um século foi permitida a substituição destas por figuras estáticas. Assim começo a tradição do presépio e assim se explica a sua força em Itália (donde surge a própria palavra "Presépio").
Desde então que a tradição de montar o presépio como centro das atenções da decoração de Natal se tem multiplicado por diversas culturas e épocas. Ao longo dos séculos a encenação ganhou vida e passou a ser uma cena viva, falada e interpretada nas praças e ruas das cidades. Sempre com respeito aos evangelhos e com a ligação à igreja local. Algumas épocas foram férteis em presépios, mas o século que democratizou os presépios por toda a Europa foi o Século XVIII.
Remontando à revolução francesa, quando as igrejas foram todas fechadas, e consequentemente, as suas cenas da natividade proibidas, o artesão de Marselha Jean-Louis Lagnel ganhou popularidade por fazer pequenas figuras de barro, pintadas à mão, que encenavam a cena da natividade. Estas figuras eram de muito pequenas dimensões, (normalmente tinha mais de 2,5 cm e não ultrapassavam os 15 cm de altura). Estes presépios ganharam uma grande popularidade e assim começou a tradição dos Santons (pequenos santos em francês). Estes populares presépios podiam chegar a conter mais de 50 figuras.
Com a revolução napoleónica e as invasões que se lhe seguiram, esta tradição espalhou-se por toda a europa e popularizou-se entre todas as classes sociais. Era uma forma de ter, em cada casa, uma parte da celebração religiosa do Natal.
No século XIX surge uma nova tradição famosa de presépios na Europa: a Szopka. Original de Cracóvia, na Polónia, estes presépios são ricos e têm como grande particularidade substituirem a tradicional caverna ou cabana, por edifícios históricos e monumentais da cidade. Esta tradição deu origem a que os artesãos da altura fizessem verdadeiras obras de arte, que faziam com que as pessoas chegassem a pagar para ver determinadas Szopkas.
Assim desde 1937 (expectuando durante a II Guerra Mundial) a Câmara Municipal de Cracóvia organiza um concurso para encontrar a melhor e mais bonita Szopka, que depois é comprada e exibida no museu municipal.
Verdadeiras obras de arte, antigas e modernas, fazem com que a tradição do presépio ainda hoje seja uma das centrais do Natal. Das igrejas foi para as praças e ruas. Das ruas para as casas, onde ainda se sencontra actualmente.
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