Lá nos fondos, todos guardamos um segredo.
Existem certos segredos que não devem ser revelados. E quando estamos a falar de pequenos oásis na noite de uma grande cidade, menos ainda.
Uma notícia publicada em um meio de comunicação muitas vezes é o acto de misericórdia para acabar com a mágica que se cria em certos espaços. O lugar fica cheio e começa atrair gente curiosa que, por não pertencer naturalmente à aquele entorno, nem sempre entram em harmonia com o ambiente.
Mas no caso dos Jazz nos Fundos (Rua João Moura, 1076, Pinheiros), esta parece ser a exceção que confirma a regra. Depois de dezenas de excelentes críticas na imprensa, este bar que caminha na finíssima linha da legalidade, continua guardando um dos segredos melhores guardados de São Paulo.
Para chegar é fácil, mas para encontrá-lo não. Descendo a Rua Cardeal Arcoverde e entrando na Rua João Moura, no bairro de Pinheiros, devemos estacionar o carro no primeiro estacionamento à direita. Entregamos a chave para o manobrista e perguntamos "Onde fica o jazz?". E ele te responderá: "ali no fundo, descendo a rampa à esquerda" e aponta para dentro da garagem. Pagamento adiantado para deixar o possante: R$ 10.
Então vamos lá. Um pequena rampa leva-nos a uma porta de ferro que anuncia um enorme corredor. Mas antes de entrar é preciso meter a mão no bolso novamente: a entrada custa R$ 12 em média, dependendo da atração.
E então entramos em um armazém estreito decorado cuidadosamente de improviso onde um escultor catalão - que reside há 7 anos na cidade - decidiu empurrar as suas obras para o canto para colocar várias mesas, um bar e montou um pequeno palco exclusivo para o jazz.
Todas as noites um grupo diferente deixa de boca aberta umas 200 pessoas com sua música alegre e criativa. Músicos brasileiros, norte-americanos, cubanos e de diversas parte do mundo tocam os mais variados ritmos em chave de jazz. E que jazz!!
Chegando cedo é possível encontrar alguma mesa, mas o lugar mais interessante acaba sempre por ser o pequeno espaço para "dançar" ao lado do bar. O pequeno balcão serve óptimas comidas e grandes "drinques". A caipirinha de jabuticaba é memorável! Além do mais, a casa sempre tem um detalhe com os mais duros e sempre coloca alguma promoção de cerveja.
A música ao vivo começa às 21h30 horas e vai até à 1h30 com pausas de meia hora para os músicos descansarem o mudar o line-up.
E assim a noite vai. Entre batidas, solos, conversas, comidas e bebidas o Jazz Nos Fundos se perfila como um dos locais mais interessantes da cidade. Por sua música, por seu bar e pelo seu público eclético e tranquilo.
Apareça por lá. Mas não conte para ninguém.
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