Os nomeados para um dos mais prestigiantes prémios de arquitectura europeus foram revelados esta semana.
O Stirling Prize é atribuído anualmente pela Royal Institut of British Architects (RIBA), a obras construídas no ano precedente e que se revelem de uma arquitectura, caracter e importância e qualidades arquitectónicas excepcionais. Este prémio é restricto a obras desenhadas por arquitectos pertencentes ao RIBA.
A lista de seis nomeados (que está por ordem absolutamente aleatória) começa com uma obra de menores dimensões mas de qualidade inquestionável e com a assinatura do escritório O’Donnell & Tuomey: a An Gaelaras em Derry.
Com uma arquitectura simples, brutalista de escala menor, mas de forma composta e contemporânea, esta Galeria situada em Derry surpreende tudo e todos pela labirintica e espectacular forma do seu átrio interior. Com uma fachada ultra depurada, os interiores compõem uma base para a arte contemporânea assente na conjugação de planos de forma oblíqua, mas apesar disto, bastante tranquila.
O segundo edifício que mereceu a atenção do juri do Stirling Prize, foi o Angel Building.
Assinado pelo arquitecto Alfred Hall Monaghan Morris, este edifício de escritórios da capital britânica apresenta-se com uma abordagem recta à e sofisticada de uma espacialidade pura e simples. Com a sua arquitectura a surgir do tratamento tridimensional cuidado de uma malha quadrangular, a honestidade dos materiais (quando é betão, ele aparece bruto, quando é vidro, ele não se mascara, quando é metal ou madeira não são pintados) torna-se o elemento chave da construção de ambientes.
Depois de dois edifícios menos mediáticos, o terceiro candidato ao prémio máximo da arquitectura britânica é a Evelyn Grace Academy de Zaha Hadid (que já aqui trouxemos no passado mês de Novembro).
Futurista, de perspectiva acelerada, de traço autoral inconfundível, esta é sem dúvida uma das obras de arquitectura mais favoritas ao prémio. Pela mediatização da sua autora, pela inquestionável excelência da arquitectura e ainda mais pela vertente social desta obra ... a Evelyn Grace Academy de Londres é uma das nossas apostas para a obra vencedora.
Depois de Zaha Hadid surge outro dos nomes maiores da arquitectura britânica David Chipperfield. A obra escolhida foi o alemão Folkwang Museum.
Minimal como só este arquitecto consegue fazer, este museu é uma obra prima da arquitectura contemporânea. Baseado numa ortogonalidade quase obsessiva, num monocromatismo quase absoluto (pois as cores dominantes é o cinza e o branco), este edifício torna-se não numa base neutra para as obras de arte moderna que alberga (como sería de esperar de um tão grande minimalismo), mas sim numa obra de arte (quase) abstracta em si mesmo.
Mas se um museu tería que figurar na lista de nomeados, um obra dos futuros Jogos Olímpicos Londres 2012 também. Assim a escolhida foi o Olympic Velodrome desenhado pela prestigiada Hopkins Architects (que aqui também demos notícia no passado mês de Março).
Revolucionário, icónico, esteticamente desafiante e estruturalmente desconcertante, esta obra destaca-se no panorama das mega obras olímpicas. Com o elemento natural da madeira em destaque, a forma arquitectónica imensa desta infraestrutura desportiva ganha uma leveza e uma delicadeza únicas e muito virtuosas.
O último nomeado nesta sucessão de obras primas da arquitectura britânica contemporânea tem a assinatura da dupla Rab e Denise Bennetts: o Royal Shakespeare Theatre, em Stratford.
A criação de uma estrutura que recria o ambiente teatral original da época do mestre do teatro britânico, foi encarada por estes autores com uma refrescante contemporaneidade, mas ao mesmo tempo um rigor cartesiano. Sofisticada a nova arquitectura do mítico teatro shakesperiano, aparece agora como uma moderna casa de cultura, única e de personalidade forte e marcada ... um pouco como as próprias peças do autor.
A corrida para o prémio já começou ... may de best man (and work) win!
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