Durante a loucura que foi a Vogue Fashion's Night Out, onde o ... And This is Reality teve a fazer uma cobertura online, tivemos a oportunidade de conhecer uma das pessoas que torna possível o estilo G-Star RAW chegar a Portugal - Peter Danckaerts.
Depois de se ter licenciado em Direito, Peter Danckaerts viu o seu caminho a enveredar para o mundo da moda. Estávamos no ano de 1989. Desde então que trabalha na internacional bilionária G-Sart Raw, hoje em dia no cargo de director de vendas de Península Ibérica.
Gosta de viajar, de descobrir novas culturas e filosofias. Considera-se uma mente aberta, o que contribui bastante para a filosofia da própria G-Star, onde gosta de trabalhar porque todos os dias são um desafio, entre outras razões, claro.
Deve ser uma responsabilidade enorme, dirigir um grande departamento de uma marca luxuosa de denim como a G-Star, deve tê-lo moldado bastante?
Enquanto crescemos como uma empresa internacional, as responsabilidades acumulam-se … é verdade que às vezes todas as responsabilidades caem em cima de nós. Senti isso sobretudo quando em 1996 entrámos no mercado internacional, foi o nosso primeiro teste … os Estados Unidos, o Japão e muitos outros mercados estavam a descobrir a G-Star, a responsabilidade era muita!
Para chegar ao cargo do diretor de vendas, deve ter um segredo, à parte do trabalho árduo é claro, qual é esse segredo? A paixão pela moda ou antes o olho para os negócios?
Acho que a moda é um fenómeno sociológico, é como preparar uma refeição, precisas dos ingredientes necessários para a confeccionar e precisas de pensar, para pensar precisas de observar o mercado. Tens que perceber o seu humor, o seu ambiente económico e político, perceber o que as pessoas pensam, o que mexe com elas, o que as faz escolher uma marca em detrimento de outra, precisas de ouvir o mercado e fazer o melhor dentro daquilo que fazes.
Ouvindo o mercado português … cerca de um ano e meio atrás, abriram a vossa primeira loja em Lisboa, de que forma o mercado tem estado a responder a esta aventura?
Acho que uma das forças da G-Star é ser uma marca que torna as suas colecções numa experiência completa para o consumidor. Este posicionamento num ambiente de monobrand store, dá a oportunidade de mostrar quem é que tu és na realidade, permitindo criar uma aura à volta da marca. Quando o consumidor entra nas lojas G-Star, sente que vai encontrar algo de novo, vai encontrar o detalhe. Treinamos os nossos colaboradores para a importância e o valor que o detalhe representa para a marca, queremos surpreender com pormenores e sentimos que os portugueses gostam disso.
Como são os portugueses enquanto consumidores?
Em geral, penso que são consumidores muito leais, esperam um serviço exemplar, são exigentes, querem ser bem tratados e informados. O nosso target situa-se entre os 22 e os 45 anos de idade, são pessoas que sentem a qualidade e vêm o detalhe dos nossos produtos. Temos expectativas muito elevadas para o mercado português, queremos entrar com os nossos produtos, com o nosso estilo, deixar as pessoas descobrirem-nos passo a passo e nos tempos que correm é sem dúvida óptimo ter clientes leais.
Na sua opinião quais são os aspectos positivos dos consumidores portugueses? São demasiado "picuinhas", conservadores, acha que têm mente fechada?
Em geral sim, os portugueses não são muito extrovertidos, mas se são levados para uma loja e recebem um serviço adequado às suas necessidades, tornam-se clientes muito fiéis. O consumidor pode e deve ser exigente, a partir do momento em que se estabelece um preço, as expectativas têm que corresponder. Acho que os portugueses vestem-se muito bem, estão cada vez com melhor aspecto. São muito criativos e possuem um sentido de estilo excelente.
Porque acha que Portugal, e sobretudo Lisboa, ultimamente tem tido cada vez mais atenção das marcas internacionais? Desde que a G-Star abriu aqui a sua primeira loja, muitos têm seguido o exemplo.
Bem, acho que isto acontece porque Lisboa é uma cidade muito interessante e as marcas podem aprender com o mercado português. Quando as pessoas têm acesso, conseguem providenciar feedback e inspirar as empresas, para que estas percebam o que está a acontecer no mercado. A G-Star gosta das combinações proibidas, gostamos de experimentar, as pessoas inspiram-nos, Nova Iorque, Milão e Lisboa inspiram-nos e nós gostamos de misturar estas inspirações criando novas ideias.
Voltando a si, sendo um consumidor masculino ... e os consumidores masculinos são por norma mais racionais ... tendo em conta a sua paixão pela moda considera-se um fashionisto?
Absolutamente que não! Não sou um fashionista, aprecio produtos bonitos, adoro alfaiataria por exemplo Cesare Attolini – para mim é o melhor que há, o seu trabalho artesanal é muito simples e extremamente bonito. Não gosto muito de comprar nas lojas, esse tipo de consumismo já não me inspira como outrora.
O Peter trabalha na indústria da moda e qualquer um que trabalhe na indústria tem que tratar da sua imagem, de que forma trata a sua?
É importante ter um certo estilo, o teu estilo particular, como é o teu estilo é totalmente secundário, o mais importante é sentirmo-nos confiantes e termos um estilo que reflicta a nossa alma, os nossos defeitos e as nossas virtudes.
Os valores da G-Star são os seus próprios valores ou os seus valores são os valores da G-Star.
Se os meus valores são os valores da G-Star? Estão em pé de igualdade sim, sinto-me muito identificado com a nossa empresa porque os nossos valores reflectem-se nos produtos que fazemos.
Qual é o seu sonho? Paz no Mundo não conta!
Não, paz no mundo não seria demasiado chato (risos) sei lá … gosto muito de viajar. Quando ficamos mais velhos é bom olharmos para trás e sentirmo-nos satisfeitos com tudo o que conseguimos profissional e pessoalmente. Um sonho … seria óptimo com um estalar dos dedos descobrir o mundo durante um ano, talvez pedalando a minha bicicleta, e depois voltar ao trabalho como se nada tivesse acontecido, porque mesmo quando amamos a nossa profissão, por vezes sabe bem, estar a sós com a nossa vida!
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