ESPECIAL PERFUMES | A HISTÓRIA POR TRÁS DO FRASCO - DIA 2


Tal como ontem, hoje voltamos com mais um dia a desvendar a história de alguns frascos de perfume que têm marcado o estilo mundial de homens e mulheres dos últimos tempos.

Todos os conhecemos, mas poucos sabemos as histórias que estão por trás das garrafas mágicas, belas, icónicas e cheias de líquidos preciosos e sofisticados.


O primeiro frasco de perfume que vamos revisitar hoje é o mítico Opium. Para criar esta fragrância, os perfumistas Jean Amic e Jean-Louis Sieuzac, receberam uma única indicação por parte do Yves Saint-Laurent: criar um perfume digno de uma imperatriz.

O frasco foi desenhado por Pierre Dinand – ao qual foi ordenado reproduzir através do frasco a imagem que Saint-Laurent experienciou quando tomou pela primeira vez substâncias psicotrópicas. O mestre queria algo colorido e flamejante fosse criado, Dinand que fez o seu serviço militar na Indochina onde várias vezes tomou ópio, compreendeu-o.

Como resultado foi criado um perfume único e um frasco único, parecido com uma caixa tabaqueira ou...ópiaria, que tornaram loucos meio-mundo. Provavelmente trata-se de um caso único a história da perfumaria quando a forma do frasco ditou o nome do perfume!


Outro dos perfumes icónicos da história contemporânea dos perfumes é o concebido pela casa Dior Fahrenheit. Este é um dos perfumes que rapidamente chega aos tops de vendas e que ainda hoje está entre os 10 perfumes mais vendidos de sempre.

Desenhada pelo mestre criativo Fabien Baron, este frasco de perfume transmite vibração com uma certa dose de violência, misturada com estabilidade e equilíbrio. A descoberta de cores vibrantes e mágicas como o vermelho e o dourado, simbolizam maturidade e uma dimensão espiritual que define o homem que em 1988 (data de lançamento do perfume) é o alvo desta fragância.


Mas em perfumes masculinos há um frasco icónico e incontronável: o do perfume Le Male.

Lançado em 1995 pelo irreverente e muito disruptivo criador francês, este frasco é o primeiro perfume de grande sucesso a ter como alvo (e atingir) o público gay masculino. Recuperando o imaginário do marinheiro marselhês (de camisola de riscas brancas e azuis) o frasco torna-se rapidamente um símbolo de uma geração de homens sofisticados, preocupados com a imagem e modernos e que não têm medo de exibir a sua masculinidade e sensualidade.

O icónico frasco foi desenhado pelo próprio criador, a sua forma de torso masculino, bem construído e vestido de uma camisola às riscas brancas e azuis (a cor do frasco em si), recupera referências tão distintas como o marinheiro de Querelle de Brest (o mítico e impactante filme de Fassbinder de 1982, segundo uma novela de Jean Genet, escrita em 1947) ou a imagem do marinheiro marselhês jovem, inconsciente e vestido de camisola de riscas. Sensual e icónico este look é transformado num torso de um homem preocupado com o seu corpo, a sua aparência e que quer ser sensual e ao mesmo tempo enraizado e desafiante das tradições.


Outro dos frascos de perfume que revolucionaram a perfumaria contemporânea é o famoso primeiro perfume do muito Pop e muito kitsch Thierry Mugler: Angel.

A garrafa recupera uma ideia antiga de que nem todos os frascos de perfume têm de estar de pé, mas podem funcionar apenas como objectos de desejo em cima de uma cómoda ou de uma prateleira de casa de banho. Com a forma de uma estrela, feito (na sua versão de Parfum) em cristal, este frasco, desenhado pelos criativos da muito antiga e prestigiada oficina de cristais veneziana Brosse Master, este frasco transmite luz e fascínio, brilho e atracção, força e perenidade. Tal como as estrelas e os anjos ... um frasco que não se esquece facilmente!


Para último deixámos um dos frascos que mais revolucionou a lógica dos frascos de perfume na nossa era contemporãnea: o CK One.

Lançado em 1994, este perfume lança a perfumaria da americana Calvin Klein para um novo nível - a perfumaria democrática, unisexo (é a primeira fragância unisexo a ser lançada no mercado mundial) e para uma geração jovem e irreverente. Grande parte do sucesso deste perfume deve-se ao seu frasco desenhado por Fabien Baron (o mesmo que desenha o mítico frasco do Farenheit, tal como referimos acima). Tal como era pretendido pelo criador americano, este é um frasco de uma simplicidade evidente - a sua forma é uma simples garrafa, feita em vidro fosco com uma tampa de rosca em aço inox. Simples, minimal, eficaz e muito icónica é a forma como terminamos este especial de fim-de-semana dedicado a alguns dos frascos de perfume mais famosos da história da perfumaria moderna.

Assim decidimos mudar o foco do blog da Moda da Vogue Fashion's Night Out para o Design com que vamos ficar inundados muito proximamente, com o nosso Experimenta Design 2011 em Directo.

Amanhã ... o estilo continua aqui no ... And This is Reality!

0 Reality Comments: