06.00 A Partida do Trident Oberoi Hotel de Udaipur
Madrugada, ainda com o sol por nascer, levantamo-nos, retiramos umas peças de roupa para estes dois últimos dias da nossa Rota dos Maharajas, alguns objectos pessoais para a bagagem de cabine, e fechamos as nossas malas pela última vez antes de as despacharmos para Lisboa.
Estes são os últimos momentos no fabuloso Trident Oberoi Hotel de Udaipur. Antes de acabarmos o Check Out, o hotel entrga-nos umas pequenas Breakfast Boxes, que nos permitem ter algo para comer no aeroporto.
É um serviço e uma atenção que só está reservada aos hotéis de excepção ... e este é um deles.
08.00 A Aventura do Aeroporto de Udaipur
Já nos tinham alertado para que nos aeroportos indianos, os funcionários e os polícias são bastante chatos com verificações de segurança, pouco simpátcos (para não dizer mal educados) e complicados em procedimentos e burocracias consecutivas ... mas até este embarque final de saída da Índia, não tínhamos dado por isso: foi desta vez que experimentámos.
Com bilhetes para o primeiro voo matinal entre Udaipur e Delhi para (depois de uma longa escala) embarcarmos e no voo que nos vai levar ao próximo e último destino desta Rota dos Maharajas, chegamos ao aeroporto e (como habital) verificam os nossos bilhetes e os nossos passaportes antes de entrarmos num aeroporto deserto. Aqui começa a aventura: sendo que a porta automática de entrada no lobby do pequeníssimo aeroporto (tem apenas 5 portas de embarque ... sendo apenas uma de manga), onde acabaram de verificar os nossos passaportes e bilhetes, fica a pouco mais de 10 a 15 metros em linha reta e de visão desimpedida da porta que separa o lobby do deserto aeroporto dos balcões de check in, encontramos um segundo guarda que nos pede exactamente a mesma informação (bilhetes e passaportes), depois de nos ter visto mostrar exactamente essa informação à colega e noster seguido com os olhos até ele. Depois deste segundo controlo, passamos as nossas malas por um aparelho de raio-x que dá o ok das nossas malas e vamos para o único balcão de check-in aberto com o único funcionário visível que nos pesas as malas e nos informa que uma das malas ultrapassa o limite de peso legal de transporte em aviões! "Não são quilos a mais?", perguntámos nós. Não confirmava-se que tínhamos percebido bem: uma das malas tinha peso a mais para ser transportada via aérea!
Nem queríamos acreditar que o transporte de malas em aviões tem um limite de peso e perante a sugestão do funcionário da companhia aérea Jet Connect de que teríamos de retirar peso da mala, perguntámos-lhe onde poríamos então o que retirávamos dessa mala. Sugerindo-nos primeiro que pusessemos nas outras malas (pois estas estavam dentro do limite de peso), explicámos que também estas estavam cheias (como era obvio a qualquer observador menos atento) e que (não fosse essa a sugestão seguinte) não deixaríamos nada ali no aeroporto, pelo que lhe perguntávamos qual era a solução que nos sugeria. Perante a nossa insistência, chamou um carregador e em Hindi deu uma ordem ... e dentro de 1 minuto surgiu uma caixa de cartão e fita cola para a selar, para podermos pôr as coisas que tirassemos ... que prontamente recusámos por não oferecer qualquer segurança.
Abrimos a mala em questão, retirámos duas ou três coisas que repartimos pela bagagem de mão ... e assim a mala passou ... sem haver uma alteração de peso significativa (digamos que retirámos pouco mais de 6kg.) ... mas evidentemente assim o zelozo funcionário da companhia low cost ficou contente ... e nós também.
Mas para quem pensasse que a aventura ficava por aqui, veio o pagamento de excesso de bagagem, a passagem por mais três controlos de cartão de embarque em menos de 20 metros e ainda a inspeção da bagagem de mão até ao ínfimo detalhe, com o requinte de carimbar cada etiqueta de cada saco de compras (apenas um por pessoa, mas meticulosamente inspecionado ... até maços de cigarros viram por dentro removendo os cigarros dos mesmos com a mão e voltando a pôr dentro) e de cada mala de mão ou mochila de computador que traziamos para a cabine.
Foi a primeira vez que experienciámos o que nos tinham descrito dos aeroportos indianos, e foi num voo interno de Udaipur para Delhi onde vamos apanhar o voo da Emirates que nos vai começar a levar ao nosso último destino desta Rota dos Maharajas.
15.00 A Escala no Aeroporto de Delhi
Depois de um voo de uma hora e meia entre Udaipur e Delhi, aterramos no aeroporto internacional Indira Ghandi e recolhemos a nossa bagagem ... e dirigimo-nos à saída.
Antes de sairmos encontramos um café de uma cadeia internacional e decidimos experimentr a beber um café (algo que já temos saudades há uns dias, como bons portugueses que smos) e depois, em vez de sair, dirigimo-nos às partidas para ver onde fica o check in da Emirates e ver se já é possível despachar as malas, para podermos passear pelo aeroporto à vontade sem as grandes malas atrás.
Depois de passarmos dois controlos de bilhetes (que não tínhamos, mas mostrámos em vez disso um papel com um itinerário antigo que tínhamos ... mas cujo voo era no mesmo dia ... que fez o mesmo efeito) e de passaportes (que nos olham sempre de alto a baixo várias vezes a ver se somos mesmo nós ... tornando a situação quase cómica), um à entrada do elevador para mudarmos de piso do terminal e outro à saída no piso das partidas, chegamos à zona dos balcões de check in. Verificando que ainda não está aberto o check-in decidimos sair para apanhar um pouco de ar e (quem fuma) fumar um cigarro, mas somos impedidos pelos polícias que nos informam que uma vez que passamos para aquele lado das portas não podemos voltar a sair! Sem perceberem uma palavra de inglês, os nossos esforços de explicar que não entrámos por ali, que não podemos fazer o check in, que apenas vamos fumar um cigarro, ou outra qualquer palavra que dissessemos era inútil ... pois nem percebiam o que dizamos, repetindo sempre "no exit.", ou "not Possible." em tom autoritário. Resignados esperamos que o check in abra e decidimos repôr os objectos que tivemos de tirar da mala grande na mesma ... afinal agora o voo é da Emirates. Mas estávamos profundamente errados.
Infelizmente a Emirates teve exatamente o mesmo comportamente da companhia low cost indiana anterior, argumentando que a mala estava muito "acima do peso legal para transportar por via aérea" e desta vez, em vez de um caixote de cartão (solução apresentada pela Low Cost"), a sugestão veio em forma de um saco de plástico que se quisessemos poderíamos despachar, ou levar como bagagem de mão. O nosso espanto foi tal que não conseguimos reagir de outra forma que não fosse explicar, mais uma vez que tal não iria acontecer, e novamente retirar alguns objectos (3 na realidade) da mala ... diminuindo, desta vez, menos de cinco quilos.
A cena foi ainda mais surreal que tudo isto se passou depois de termos feito o nosso check in e de estarmos quase a entrar no primeiro de mais de cinco controlos de segurança que se seguiriam até nós entrarmos no avião (sendo que três foram entra a porta de embarque e o avião), tendo nós que voltar para trás e abrir, no meio do aeroporto, a mala que entretanto já tinha sido aceite e dispachada.
Esta situação, mais do que nos indispôr ... divertui-nos e mostrou-nos que a Índia que nós conhecemos nesta Rota dos Maharajas, também tem outras facetas. Mais do que relatar idiossincrazias de funcionamentos dos aeroportos indianos ou de prestigiadas companhias aéreas como a Emirates (pelo menos nos aeroportos indianos), estas situações demonstram como uma cultura forte se está a adaptar a uma mudança rápida.
Foi apesar de tudo uma exeriência enriquecedora e interessante!
19.40 A nosso Busca pelos Novos Maharajas
A nossa escala de hoje vai ser de apenas algumas horas e vai ser no Dubai.
Esta escala nasce de uma pergunta: depois de fazermos a Rota dos Maharajas na terra deles, quem são os novos Maharajas? A resposta foi-nos óbvia: os Árabes do Golfo Pérsico e o seu expoente máximo - os Emiratos Árabes Unidos e o icónico Dubai.
Esta Rota dos Maharajas não ficaria completa sem esta paragem e se esta busca pela contemporaneidade dos Maharajas.
21.30 O Dubai Mall e a Burj Khalifa
Depois do check in feito no Premier In Hotel, apanhámos o muito civilizado metro e rumámos à nossa primeira paragem desta curtíssima estadia na terra dos Novos Maharajas: o Dubai Mall.
Este que é o maior centro comercial do mundo, com marcas tão diversas como a muito parisiense Dior, a requintada Bottega Veneta, a popular Zara ou a muito portugusa Salsa, este templo do consumismo moderno é uma cidade em si.
Com quatro hotéis, mais de 1200 lojas, um sem número de restaurantes e de cafés e esplanadas (onde jantámos), três grandes armazéns (Galeries Lafayette, Bloomingdales e Marks & Spenser), um aquarium, várias cascatas e uma imensidão de áreas recriativas e culturais, este edifício impressiona não só pela escala, mas essencialmente pela exuberância da sua opulência. Mas a grande surpresa está quando se sai para o exterior e se depara com a torre mais alta do mundo: a Burj Khalifa.
Elegante, sofisticada, esta torre de mais de 160 andares impressiona pelo seu simbolismo de poder económico, de poder financeiro, de vontade de se afirmarem como os novos donos de um estilo invejado e desejado ... como os novos reis e senhores do mundo civilizado e cultural ... enfim, como os novos Maharajas.
É um momento que não nos deixa qualquer dúvida: os novos Maharajas estão aqui no Dubai.
23.30 O Burj Al-Arab
Depois de passarmos horas a percorrer o centro comercial e de passarmos outro tanto tempo a passearmos pela zona envolvente da Burj Khalifa, decidimos apanhar então um taxi e rumar ao outro grande símbolo deste renascimento financeiro e arquitetónico da nova terra dos Maharajas: o Burj Al-Arab.
Este hotel, auto proclamado como o primeiro e único hotel de 7 estrelas do mundo, é mais um dos símbolos desta feira de vaidades e exibicionismos arquitetónicos que se tornou o Dubai.
Enquanto peça arquitetónica, esta torre que se lança sobre o mar é impactante e estranhamente deselegante ... mas uma coisa é certa: para uma terra que há pouco mais de ma década não era quase nada do que é hoje, este é o primeiro simbolo de uma nova era dos Maharajas ... noutros tempos, noutros noldes e noutras paragens.
Sendo tarde, decidimos acabar a nossa visita por aqui ... até porque amanhã voltamos a acordar bastante cedo, para, desta vez, rumarmos de volta a Lisboa e aos momentos finais desta incrível, única e apaixonante Rota dos Maharajas.
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