09.00 O Pequeno-Almoço
Depois de uma noite bem dormida num quarto onde todo o bulico das ruas, não chega, veio um dos momentos que mais gostamos qundo viajamos: o pequeno-Almoço dos hoteis.
No Abode Hotel, tudo é consequente e bem pensado. Se estamos em Mumbai, numa versão sofisticada e cool, então o pequeno-almoço também o teria de ser ... e foi!
Fruta descascada e partida na hora (com mangas docíssimas e goiabas deliciosas), um sumo de melancia hiper fresco e uns ovos mexidos feitos no momento, foram as estrelas deste momento inicial do dia.
A nossa primeira ideia do Abode Mumbai Boutique Hotel, confirmou-se: é mesmo um dos locais de referência nesta cidade sofisticada e que reflete uma nova Índia!
10.30 O Bairro de Kala Ghoda
Saídos do hotel dirigimo-nos para o nosso primeiro destino do dia: o Bairro de Kala Ghoda.
Com o objectivo de hoje nos dedicarmos à Mumbai colonial, rumámos a este simpático e característico Bairro do centro histórico desta cidade.
Com ruas estreitas, edifícios coloridos de estilo colonial (como a principal sinagoga da cidade) e um frenesim nas ruas, que já nos indicava que a cidade de hoje seria totalmente diferente e muitas vezes mais frenética do que a de ontem (que foi dia de folga na Índia, pois os indianos trabalham seis dias por semana, folgando ao Domingo), fomos deambulando pelas ruas e observando todo o movimento caótico e imparável das mesmas.
Carros, pessoas, vacas, camionetas, carreadores de mercadorias, bicicletas, motas ... tudo convive num único espaço: as faixas de rodagem ... pois os passeios são estreitos e estão normalmente ocupados por vendedores amulantes.
12.15 Victoria Station
Foi pelo meio de ruas com um movimento caótico e depois de uma forte chuvada tropical, que chegámos ao nosso ponto seguinte do dia: a famosa Victoria Station de Mumbai.
Esta magestática e monumental estação de combóios, é o principal ponto de partida e de chegada ferrovário de Mumbai. Por aqui passam em média cerca de 4.000.000 de pessoas por dia, numa confusão constante de movimento coordenadamente caótico.
O ruído desta massa de pessoas, dos combóios dos frenéticos e estridentes avisos sonoros, os anúncios publicitários dos ecrãs é único e quase tão impressionante quanto a dimensão desta gigantesca estação de combóios.
Segundo soubemos, nesta imensa estação dos maiores caminhos de ferro do mundo (os indianos, claro) chegam a nascer, viver e morrer pessoas, sem nunca de cá sairem. Esta imagem é tão impressionante quanto a própria arquitetura da estação em si e a sua dimensão arquitetónica, estética, populacional e sonora!
13.45 O Nosso Primeiro Taxi
Depois de nos impressionarmos com uma estação de combóios de uma dimensão de pessoas e espacial como nunca vimos anteriormente, decidimos apanhar o nosso primeiro táxi desta viagem, mesmo à porta desta estação. A ideia era tão divertida quanto desafiadora ...
No meio de uma multidão desordenada para apanhar taxi, que se espalha do passeio para as faixas de rodagem, lutamos por um taxi ... mas com a dificuldade de não falarmos Hindi e portanto não nos ser fácil explicarmos para onde queremos ir.
Lá entramos num taxi e a experiência de ser conduzidos, a uma velocidade alta, no meio do tráfego caótico da cidade começa. As distâncias entre carros são alucinantemente pequenas, em cada três faixas de rodagem circulam mais do que três carros e algumas motas (sem contar com pessoas ou bicicletas) e durante todo o caminho temos a noção de que se não nos encolhermos dentro do carro, nós não vamos caber no espaço que o condutor enfia o táxi.
Foi uma experiência única que aconcelhamos vivamente a todos!
14.00 A Mesquita no meio do Mar
A nossa viagem de taxi levou-nos a um dos locais sagrados de Mumbai mais populares: à Mesquita de Haji Ali.
Situada na baía de Mumbai, está uma das mesquitas mais sagradas da Índia e um dos destinos turísticos (para os muçulmanos que visitam a cidade) mais concorridos. É neste pequeno templo que se encontram os restos mortais de um antigo rico mercador que doou a sua fortuna, após uma viagem a Meca.
Mas tivemos um contratempo: estando esta mesquita construína numa pequena ilha no meio da baía, o seu acesso é feito atravez de um passeio, que só se encontra acessível quando está maré baixa ... e àquela hora ainda a maré estava alta demais para se passar.
Sendo a hora do almoço (e tendo sido informados que só se poderia aceder depois das 15.00h, decidimos então is almoçar e depois voltar para a visita tão desejada, deste local tão sagrado.
14:30 O Almoço Indiano
Debaixo de um calor abrazador, e de uma humidade altíssima percorremos, em direção a Norte, toda a avenida que bordeja esta parte da baía e dirigimo-nos para o muito comentado (por aqui, pelo menos) Copper Chiminey.
Este restaurante, verdadeiramente popular entre a classe média alta de Mumbai, tinha as suas mesas quase todas cheias de famílias indianas a comerem a comida típica da do estado de Maharashtra, mas executada por um dos melhores chefs tradicionais desta gastronomia.
Receberam-nos de forma irrepreensível e nós decidimos provar várias das especialidades da casa que estavam disponíveis na carta e no buffet. O resultado foi uma explosão de sabores e sensações impressionantemente fortes. Não só o picante era em doses agradáveis para nós (existia, obviamente, mas não era avassalador, como é costume por aqui, pois tivemos o cuidado de não escolher nada com o símbolo "Spicy"), mas a diversidade de especiarias, a mestria da sua utilização, a qualidade dos alimentos e a cozedura destes eram perfeitas!
Foi, sem qualquer dúvida, um repasto digno de nota.
16:00 A Visita à Mesquita de Haji Ali
Fazendo então o caminho de volta, vimos que o passeio que outrora se encontrava submerso, estava finalmente aberto e cheio de pessoas em romaria à Mesquita de Haji Ali ... e assim lá nos dirigimos.
Ao longo do caminho, sentimo-nos a mergulhar num universo mistico e religioso muito próprio, que não compreendemos totalmente, mas que se nos impõe de forma suave e cativante. Todo o paredão estava assim cheio de pessoas, umas indo para e outras voltando da Mesquita, o cheiro nauseabundo das margens do paredão, com o lixo deixado pela descida da maré era forte e dos lados deste percurso, potuavam verdadeiros mendigos e pedintes indianos.
Alguns rezavam alto, outros pediam dinheiro, em troca de uma oportunidade de uma pessoa se pesar numa balança que tinham ao seu lado, outros, apenas mendigavam, em nome da sua fome ou de uma deficiência que rapidamente e ostensivamente exibiam. O cenário é impactante, impressionante e pouco recomendável a pessoas que prefiram experiências menos duras do ponto de vista sensorial.
Chegados ao fim, entramos então numa pequena mesquita, onde está uma multidão de pessoas, todas elas a circular entre as fontes das abulações, e o templo de orações e o mausuléu central.
Esta visita e o seu percurso foram um dos pontos altos da nossa estadia em Mumbai até ao momento ... e seguramente um dos pontos altos de toda a viagem.
17:30 O Mercado de Crawford
Saídos da mesquita apanhamos um segundo táxi e dirigimo-nos ao ponto seguinte da nossa visita desta Mumbai colonoal: o muito concorrido Mercado de Crawford.
Este imenso edifício de estilo vitoriano, alberga um dos maiores mercados de frutas, especiarias, produtos de higiene, aves, cestarias e outros produtos de casa, conservas, doces ... enfim ... todos os produtos de consumo diário do quotidiano desta população de 20.000.000 de habitantes desta cidade.
Sendo uma babel impressionante, não nos é simples entrarmos. Pela entrada principal somos abordados por homens que nos querem cobrar uma taza por nos acompanharem na visita ao mercado, alegando que é obrigatório o seu acompanhamento. Recusamos e saímos ... e dirigimo-nos a uma das entradas laterais ... e aí descobrimos que não há qualquer problema de estarmos sozinhos ... pois somos apenas mais uns entre a multidão de milhares de pessoas que circulam no mercado neste final de tarde.
Perdemo-nos, reorientamo-nos, e voltamo-nos a perder ... mas a visita traz-nos pela segunda vez neste dia uma experiência olfativa forte e dificil de controlar os seus efeitos. Os aromas fortes das especiarias misturam-se com os das aves, os das frutas com os das carnes (apenas frango e borrego) e toda a babel de pessoas, cores, texturas e sons (dos pregões, dos negociantes a fazerem negócio, ou dos transportadores de mercadorias), se transforma também numa babel de cheiros e sensasões.
19:00 As Primeiras Compras
Sendo Mumbai o maior entreposto comercial de toda a Índia, e estando toda a cidade dominada por pequenos mercados, decidimos dedicar um pequeno tempo que nos resta até ao jantar de hoje, às primeiras compras ... e saindo do Mercado de Crawford, apanhamos de novo um Táxi (tão alucinante como o primeiro ou o segundo) e dirigimo-nos de novo ao Mercado de Colaba Road, onde estivemos ontem.
Aqui, já junto ao nosso hotel, começamos a rever alguns dos produtos típicos que vimos no dia anterior e que quisemos saber preços ... e logo percebemos que saber preços não é situação que se faça de ânimo leve. Todos (incluindo a Ayesha) nos tiham dito que o regateio era uma prática levada bastante a sério na Índia ... mas não a imaginavamos tão difícil de escapar.
Assim surgiram compulsivamente as primeiras compras desta viagem ... e rapidamente se esgotou o tempo que tínhamos antes de jantar.
Regressámos ao Hotel para deixar as poucas compras que fizemos e preparámo-nos para um jantar que já prenunciava o dia seguinte.
21:00 O Café Cala Ghoda
Já trazíamos a indicação das nossas pesquisas de preparação da viagem, mas na manhã de hoje passámos à porta, para confirmar o local e se as indicações de qualidade que tínhamos estavam correctas ... e estavam. Decidimos jantar no muito pequeno, mas chic Café Cala Ghoda.
Situado em pleno coração do bairro com o mesmo nome, este pequeno café recuperou de forma contemporânea, um tradicional casa deste bairro, para um pequeno e sofisticado café e restaurante.
A decoração mistura inteligentemente o estilo internacional com a herança arquitetónica do edifício pré-existente, conseguindo um espaço intimista, mas moderno, simples, mas com a decoração corretamente presente.
A cozinha é moderna e conquistou-nos pelo toque indiano que deram à cozinha internacional. Deixamos aqui o nosso destaque para um extraordinário Bolo de Cenoura de estilo ocidental, ao qual foi acrescentado o cravinho e a cenora em raspas (em vez de ser em puré como se faz no ocidente). É um must taste de Mumbai ... assim o diziam as informações que tínhamos ... e assim o dizemos nós.
Aqui ficámos neste café até ao final da noite ... deliciados com o bom ambiente, a excelente música de Jazz Indiano que passavam e uma gastronomia internacional, mas com um toque indiano muito presente ... o que a torna exoticamente conhecida e próxima.
Depois de sairmos e depois de uma excelente refeiçã, decidimos dar por encerrado o dia e dirigir-nos a pé para o hotel, num agradável passeio noturno por entre esta Mumbai Colonial que hoje marcou o nosso dia.
Amanhã o tema será diferente ... e muitas e extraordinárias experiências nos esperam ... por isso não percam ... que nós também não vamos perder!
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