06.00 A Partida de Mumbai
Neste quinto dia acordamos antes da própria cidade de Mumbai acordar, fazemos as malas, tomamos o simpático pequeno-almoço que nos preparam (especificamente para nós, pois oficialmente o pequeno-almoço, no Abode Boutique Hotel Mumbai, apenas começa às 08.00h) e rumamos ao aeroporto.
Percorremos as mesmas ruas que já percorremos anteriormente, mas desta vez sem o caos a que nos habituámos ... e percebemos que a cidade está ainda a acordar. A famosa Marina Drive (que tantas vezes percorremos neste últimos três dias) encontra-se vazia de pessoas e de trânsito ... e despedimo-nos de Mumbai.
Depois de fazer um check-in algo atribulado (pois obviamente os limites de bagagem para os voos internos são menores do que os inter-continentais e portanto temos de pagar os quilos a mais), dirigimo-nos à porta de embarque e apanhamos o primeiro voo da manhã da Indi Go que liga Mumbai a Delhi.
A nossa próxima escala nesta Rota dos Maharajas ...
08.30 Uma Viagem Low Cost na Índia
Depois de embarcarmos no avião, começamos por ter uma certeza: viajar em Low Cost na Índia não é tão assutaor quanto possa parecer à partida.
Com o passar do tempo de voo, apercebemo-nos que as normas de segurança, que os procedimentos a bordo, e que o funcionamento da Indi Go (companhia de aviação Low Cost indiana) cumpre os padrões de qualidade das congéneres europeias e até os ultrapassa ... nomeadamente relativamente o espaço entre lugares, que parece uma companhia regular.
Foi uma viagem muito agradável e que nos levou até ao nosso novo destino da nossa Viagem de Verão 2014: Nova Delhi.
10.00 As Primeiras Impressões Sobre a Capital
À saída do aeroporto de Nova Delhi, notou-se logo duas diferenças relativamente à cidade anterior: o calor é muito mais forte e agressivo e menos húmido; e o trânsito e o estado das estradas é muito mais organizado.
Mas outra das grandes diferenças nota-se quando chegamos mais ao centro da cidade e reparamos em dois aspectos que marcaram o dia: A desigualdade social e urbana em Delhi são muito mais acentuadas. Se Delhi tem ruas com mais espaço, melhor trânsito (menos caótico, pelo menos) e carros melhores nele, também tem muito mais pedintes (que nos batem no vidro dos carros enquanto estamos parados), zonas muito mais degradadas do que as mais degradadas que vimos em Mumbai e uma escala muito mais desumana do que Mumbai (que já de si é gigante).
Esta é a capital de um país que é considerado uma espécie de contineute, e a sua dimensão corresponde a esse mesmo papel.
12.00 O Hotel da Capital
Situado em pleno coração do degradado, mas muito vernáculo, bairro de Paharganj, está o nosso hotel de Delhi - o Bloomrooms @ New Delhi Railway St.
Este hotel, no meio de todo o caos que o rodeia, assume-se como uma ilha de design e bom gosto. Com uma arquitetura moderna bem conseguida, uns tons brancos e amarelos bastante modernos, e uma simpatia de serviço irrepreensível, revelou-se logo à partida uma boa aposta para esta cidade. Melhor escolha ainda quando percebemos pelas voltas deste dia, que estamos situados mesmo junto ao centro nevrálgico de tudo o que queremos ver.
O Bloomrooms @ New Delhi Railway St um verdadeiro Design Hotel Low Cost ... mesmo a condizer com a companhia aérea que nos trouxe até aqui. Afinal a escolha low cost é possivel fazer na Índia sem perder qualidade ... nós arriscámos ... e temos a prova de que é possível!
14.00 O TLR by Emma
Chegados a Delhi, queremos começar a nossa visita à capital indiana com uma refeição digna de uma capital do mundo moderno: com cozinha ocidental.
Passaram já quatro dias que chegámos e respeitámos a nossa intenção de provarmos várias gastronomias indianas e fazermos também desta uma experiência de degustação de uma das gastronomias mais ricas do mundo. Mas por hoje ao almoço, e estando nós numa das capitais do novo mundo contemporâneo, quisemos testar um restaurante de cozinha internacional clássica ... e dirigimo-nos ao muito alternativo e desconhecido TRL by Ema em Houz Khas Village.
Este café, situado no segundo andar de um prédio deste característico bairro de Delhi, tem um ambiente caseiro, trendy e muito vintage. Mobilado com antigas peças de mobiliário indiano (de inspiração Europeia), com uma carta de gastronomia belga (exímiamente confeccionada), e uma frequência descontraída, despretenciosa, mas intelectual (e composta quase na sua totalidade por locais), o TRL Café by Emma foi o local ideal para fugir aos quase 40º que se faziam sentir lá fora e que nos receberam nesta cidade.
16.00 O Bairro de Hauz Khas
Composto por apenas algumas ruas sinuosas, este colorido bairro da cidade de Delhi, era uma antiga povoação cuja construção remonta ao século XIII, mas que pela evolução da cidade e pelo seu crescimento exponencial do último século, foi absorvida pela malha urbana da cidade nos idos anos de 1980's.
Este pequeno núcleo urbano, conserva no entanto uma atmosfera muito própria, com as suas conhecidas e famosas galerias de arte, os seus restaurantes boémios e as suas lojas alternativas.
É uma visita que vale a pena fazer, pois descobre-se uma delhi muito mais humana e perto do espírito de uma pequena cidade de província ...
17.00 O Templo de Lotus
Depois da cidade de Delhi parecer uma pequena cidade de província, afinal descobrimos que é uma metrópole de 27 milhões de habitantes ... e que parece que decidiram todos fazer o mesmo caminho que nós, pois as ruas até aqui relativamente organizadas (dentro de padrões indianos, claro) tornam-se uma verdadeira selva!
Como percebemos que o trânsito não nos permitia chegar a horas ao nosso destino seguinte que tínhamos programado, alteramos os planos e vamos então em direcção ao famoso e icónico Lotus Temple ... que encerra às 17.00. Com o transito que enfrentámos pelo caminho, conseguimos chegar mesmo no bate das 17.00 e ser umas das últimas pessoas a entrar neste imenso e espectacular recinto religioso.
Pertencente à seita Baha'i, este templo defende que todos os seres humanos são iguais (independentemente das suas crenças) e portanto tdos são convidados a rezar em conjunto neste espaço. É o segundo templo que visitamos nesta Rota dos Maharajas, que nos temos de descalçar (depois da mesquita de Haji Ali, em Mumbai), mas esta obra de arquitetura concebida pela imaginação do arquiteto iraniano Fariburz Sahba, vale a pena pela sua sublime beleza (e diz quem acredita), a sua impressionante energia positiva.
Crendo ou não crendo, há algo universal: a sua beleza é inquestionável e o seu papel de símbolo de uma cidade moderna é inegável!
18.30 Connaught Place
Construído pelos ingleses em 1931, exactamente para constrastar com o caos e a informalidade do típico e caótico bazar indiano, este complexo de edifícios comerciais são um excelente programa para depois de encerrarem todos os monumentos e ainda faltar tempo para o jantar: estamos a falar de Conaught Place.
Com um conjunto de difícios, este complexo comercial tem uma estética vitoriana irrepreensível e contrastante com toda a restante cidade indiana. A sua cor branca, a sua tentativa de mimetismo com os famosos armazéns londrinos, e a sua mais recente apropriação pelos indianos, transformando-o numa "espécie de Bazar" (subvertendo por completo a filosofia da sua construção, colocam este local, como um dos grandes espaços paradigmáticos da presença britânica na Índia.
O sol põe-se e nós dirigimo-nos para o Jantar de encerramento de um dia que já vai longo ... e que antecede um outro dia bastante longo (basta referir que, amanhã, temos um aviã para apanhar às 06.00h da manhã).
20.30 Um Jantar no Meio de Ladrões
Depois de mais um percurso no meio de um trânsito cada vez mais caótico (o que só prova que as primeiras impressões às vezes enganam), dirigimo-nos para o curioso restaurante de hoje: o mítico Chor Bizzarre de Delhi.
Este restaurante é um dos clássicos da restauração da capital indiana mais bem guardados. Tendo sido o primeiro restaurante indiano a garantir as normas de qualidade ISO 9002, o Chor Bizzarre é conhecido apenas por locais e pelos populares, mas tem uma decoração bastante interessante e única.
A filosofia do espaço é criar uma espécie de "gruta do Ali Bábá", em versão indiana, dando assim a impressão que se está a entrar numa sala com um conjunto de objectos aparentemente desconexos, mas que todos têm um aspecto em comum: serem valiosos e cobiçados por muitos ladrões. Mas melhor que tudo é a simpatida dos empregados (castiços e muito contentes de terem clientes estrangeiros, pois eramos os únicos na sala, sendo o resto indianos) e eles servirem uma cozinha indiana de excelência - podemos garantir que os três pratos que o menu refere serem sucessos há mais de 20 anos, são-no de mérito próprio, pois são muito bem feitos mesmo!
Foi um momento ideal para encerrarmos este longo dia ... e regressarmos ao hotel para nos prepararmos para mais uma outra viagem amanhã ... até aos Maharajas dos Céus.
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