Quando se vive em Mumbai, na Índia, é impossível ignorar os apontamentos informais na cidade, e se olhou de perto, há muitas lições a serem aprendidas com a a adaptabilidade, multi-tasking, desenvoltura e engenho. O estúdio de arquitectura local, S+PSARCHITECTS vê como uma linguagem visual emergente, o uso de objetos encontrados, elementos eclécticos remendados e colagens. E assim nasce este projeto.
Sem romantizar ou fetichizar os objectos, o projeto olha para a ideia de colagem e reciclagem de várias maneiras, desde o físico, através dos materiais e energia, para o intangível, com a história, espaço e memórias. Esta fachada frontal define o tom para o que está dentro, com um canto que recicla velhas janelas e portas das casas demolidas na cidade.Funciona como um grande pano de fundo para a sala de estar com um teto em cimento facetado concreto exposto e um chão de mármore branco polido com incrustações de bronze. Sobras de tubos metálicos colocados juntos como bambu, formam uma parede de tubos integrando colunas estruturais.
Esta abordagem é reforçada nos materiais e elementos interiores. Joga-se com o contraste entre o velho e o novo, o tradicional e o contemporâneo. Encontra-se a utilização de materiais reciclados como blocos de têxteis antigos, piso de vigas antigas, móveis coloniais, resíduos de tecido, juntamente com novas formas de utilizar elementos e materiais tradicionais, como molduras de madeira esculpida, espelhos, cimento e telhas.
Construir em cima de uma colina é sempre emocionante, até os arquitetos descobrirem que estavam cercados por vizinhos em todos os lados. Isto levou ao início do processo de design, no sentido de tornar todo este projeto numa experiência e conservando ao máximo a privacidade dos moradores. Foi erguido um andar acima do nível do solo, sendo este o núcleo em torno do qual esta grande família de quatro gerações é organizada.
No pátio central, várias placas de metal extraídas de uma sucata, amostras de azulejos coloridos kitsch e uma parede vestida com lascas de pedra. Colunas de cem anos de idade de uma casa desmantelada trazem de volta memórias, e a nostalgia é alimentada com um leve pavilhão de aço e vidro sobre o nível de terraço.
Reaproveitar materiais é sempre um desafio interessante, e com resultados destes, considera-se uma prova muito bem superada.
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