09:00 A Cidade de Glasgow
Depois de um pequeno almoço tomado em casa com os produtos que os nossos simpáticos anfitriões nos deixaram, saímos de casa e decidimos ir a pé até ao centro histórico da cidade para começar a explorar um pouco da cidade de Glasgow.
A nossa casa situa-se numa zona nova, que se encontra em renovação total. Boa arquitetura moderna, mistura-se ainda com alguns estaleiros, mas o espírito do porto e do ambiente industrial que se respira em toda a cidade, aqui encontra-se em regeneração para algo novo e moderno.
A cidade tem o seu charme, e parece prometer um bom dia de visitas.
11:00 Os Glasgow City Chambers
O nosso primeiro destino do dia de hoje são os Glasgow City Chambers.
Este edifício, que serve de câmara municipal, pode ser visitado, sendo que se encontra em funcionamento ao mesmo tempo. Daqui resulta que a visita só pode ser feita com uma guia e com hora marcada, acontecendo uma a cada meia hora e tem a duração de 45 min.
O edifício é muito bonito por fora, mas é por dentro que estão os seus verdadeiros tesouros. Os interiores são profusamente trabalhados, com mosaicos, pnturas, baixos relevos em estilo neoclássico e neobarroco, talhas douradas, trabalhos de madeira de mogno, trompe l'oeils diversos, mas é nas suas duas escadarias de mármore e alabastro que está o maior espetáculo visual e o ponto alto de todo o edifício.
O estilo neoclássico destas escadas, em estilo de loggia italiana, uma feita de mármore branco e alabastro e outra em mármore negro e amarelo, complementados com pavimentos trabalhados e paredes em trope l´oeil, são um espetáculo visual de um abeleza rara.
12:00 A Catedral
Depois de um início de visita absolutamente deslumbrante, continuamos pela zona histórica e subimos até à Catedral.
Mas a próxima surpresa que temos acontece a caminho da nossa próxima visita. Ainda não tínhamos chegado à catedral e ouvimos no meio da rua as famonas Gaitas de Foles escoesas, e decidimos seguir o som e ver o que se passa. Na realidade o que se passava era um grupo de músicos, que ensaiavam as suas melodias e a sua banda de música tradicional escocesa, ao ar livre num jardim. Novos e velhos, homens e mulheres, todos tocavam ou tambores, ou gaitas de foles, criando assim uma melodia que assentava na perfeição com a envolvente histórica e medieval da colina do castelo, onde já nos encontrávamos (e onde se situa a catedral).
Depois de ficarmos a ouvir um pouco seguimos então para a catedral e visitamos esta igreja, cujas origens são anteriores à reforma protestante, e portanto tem a forma e a arquitetura de uma catedral gótica católica. Mas a grande curiosidade está no seu altar duplo. Com a reforma protestante e a contra reforma católica na Escócia, esta catedral acabou por ficar com dois altares, um elevado em relação à nave principal da igreja e outro por baixo desse.
É mais uma visita histórica interessante, que vem reafirmar a ideia de que a cidade de Glasgow tem uma história vasta e rica.
13:00 A GoMA de Glasgow
De volta ao centro histórico baixo, iniciamos uma nova etapa na nossa visita à cidade de Glasgow: os seus sofisticados museus.
Esta cidade, mais do que monumentos, conta com uma coleção de museus temáticos e de pequena dimensão, muito interessantes e com uma riqueza de coleções muito interessante. Assim decidimos que mais do que monumentos, o resto do nosso ia ia ser dedicado a estas instituições culturais.
O primeiro do dia foi a muito central Gallery of Modern Art. Localizada na antiga bolsa de mercadorias da cidade, este museu conta com uma coleção variada e muito interessante, que se apresenta em pequenos núcleos, e que vai desde os clássicos Warhol e Hockney, a artistas mais desconhecidos e contemporâneos, mas igualmente interessantes.
Com a sua pequena dimensão o surpreendente deste museu é o didatismo das suas exposições, pois não defraudam os visitantes mais conhecedores, mas integram também os visitantes menos versados nas andanças da arte moderna e contemporâneas.
14:00 O Almoço Improvisado e a Desilusão do Dia
Com o interesse das visitas da manhã, o nosso horário de visitas atrasou-se bastante pelo que tivemos (com grande pena nossa) de cancelar uma das visitas que mais aguardávmos no dia de hoje: a visita à House of an Art Lover. Este imprevisto deveu-se ao facto de este pequeno museu, todo ele dedicado ao mais ilustre designer e arquiteto de arte nova escocês - Charles Mackintosh - às sextas feiras encerrar mais cedo (às 14:00h), pelo que já não íamos a tempo de o visitar.
Com esta decisão tomada (e lamentada) dirigimo-nos à Central Station de Glasgow, que aproveitámos para visitar. Esta visita foi deliciosa e mostrou-nos uma estação de combóios muito particular, organizada toda ela em viaduto sobre as ruas da baixa de Glasgow, e como tal com um hall central organizado em triângulo ao longo deste viaduto.
Foi perto desta estação que almoçámos um delicioso burrito (nada escocês, mas que nos soube muito bem) e que foi feito num restaurante de estação de combóio verdadeiramente cool e popular.
15:45 A Kelvingrove Art Gallery
A Kelvingrove Art Gallery foi a visita que se seguiu e foi um dos momentos mais extravagantes e surpreendentes de toda a viagem até ao momento.
Este que é talvez o mais importante museu da cidade, deve esta fama a uma forma de expôr muito peculiar. Entre uma exposição dedicada a banda desenhada mítica (que vai desde os heróis da marvel, até à Walt Disney), uma ala de pintura impressionista com peças de Degas e Van Gogh, passando por uma incrível coleção de animais embalsamandos, ou uma área de armas e cultura escocesa, a surpresa é constante, de cada vez que se muda de sala.
A espetacularidade dos seus Halls centrais, a forma interativa como tudo está exposto e a multipliciade de objetos expostos fazem desta Kelvingrove Art Gallery um dos museus mais especiais que visitámos na nossa vida!
17:00 O Moderno Maritime
Mesmo perto da Kelvingrove Art Gallery situa-se outro dos marcos museológicos desta cidade: o Maritime Museum.
Já localizado de novo junto ao rio, e no final da zona nova da cidade (onde se situa o nosso apartamento), está um edifício desenhado por Zaha Hadid, que alberga o museu dos transportes e da mobilidade.
Em homenagem às várias contribuições da ciência e dos inventores escoceses para os transportes mundiais - sendo a contribuição mais antiga a bicicleta, na forma como a conhecemos atualmente - este museu junta várias coleções privadas, mas sempre com um elo de ligação: o meio de transporte. Quer seja um mini (carro icónico do Reino Unido), quer seja um carrinho de bébé, quer seja a primeira bicicleta do mundo, quer seja uma locomotiva a vapor, barcos ou autocarros, tudo cabe dentro deste museu, que envolve toda esta autêntica folie dos transportes mundiais, numa arquitetura futurista e ultra espetacular.
Foi o final da nossa visita do dia perfeito, que terminou de forma espetacular e surpreendente, reforçando a ideia com que já vinhamos: a cidade de Glasgow tem muito mais para oferecer a um turista do que à primeira vista se possa pensar ... nomeadamente museus.
22:00 O Jantar na Instituição Gastronómica da Cidade
Depois da visita ao Maritime, passámos por um supermercado para comprar víveres para os dias de carro que se seguem, voltámos a casa, onde descansámos, e decidimos que nesta última noite em Glasgow iríamos jantar a uma das instituições gastronómicas da cidade: o Rogano.
Fundado em 1930, este restaurante tem sido desde então uma referência na cidade da excelência da cozinha do peixe e do marisco escoceses. Com um espaço com uma decoração muito Art Deco, ainda excecionalmente conservada, o Rogano é hoje ponto obrigatório da gastronomia de Glasgow ... e assim cumprimos com esta obrigatoriedade.
E ainda bem! Cada um dos pratos que pedimos estavam eximiamente confeccionados, como só num templo gastronómico é possível de comer. Eram pratos clássicos, com uma qualidade de ingredientes inquestionável, e uma mestria técnica na execussão dos mais infimos e simples detalhes, que fez com que este fosse um jantar digno de uma despedida desta cidade que tanto gostámos de conhecer.
Depois de jantar e com um passeio pelas ruas do centro histórico da cidade, voltámos para casa, onde nos vamos concentrar em refazer as malas, porque amanhã lá iremos novamente voltar à estrada para explorar mais alguns dos territórios chave da Escócia.
Ou não estivessemos À Conquista do Reino das Terras Altas!
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