Nesta edição da ModaLisboa Multiplex em Direto optámos por dar outra roupagem a esta cobertura.
Assim vamos trazer mais imagens e menos conversa, e sempre com os nomes dos designers e os temas das respetivas coleções como informação essencial (sempre que estiverem disponíveis, claro).
Assim sendo, tudo começa neste direto de hoje com o conhecido concurso de joven talentos da ModaLisboa. E assim se abrem as tendências de mais uma edição da ModaLisboa!
ARCHIE DICKENS
‘Forma de Vida’ é uma resposta criativa e subtil à atual política britânico-europeia - I am one of the 48%.
Um ovo de tubarão que encontrei na praia de Vila Nova Milfontes em agosto de 2017 serviu de inspiração para a forma, silhueta e desenvolvimento têxtil das peças. Ele transmite uma sensação de estar "inbetween", a flutuar em silêncio - não tendo consciência do que o rodeia.
‘Forma de Vida’ é uma coleção de knitwear que descreve uma evolução do traje de viúva num contexto europeu. A coleção é predominantemente masculina, no entanto muitas das peças podem ser consideradas un-gendered. Procuro transmitir uma sensação de hand-made luxury, juntamente com a ideia de durabilidade emocional no design. Há uma evolução do preto para o branco em toda a coleção.
CAROLINA RAQUEL
nome/latim
1.roupa para vestir
‘induviae’ explora a inexistência / existência de conexão emocional entre nós próprios e as nossas peças de roupa. Ao elevá-las a tema principal de debate, ‘induviae’ pondera novos significados ligados à roupa como objeto pessoal e, consequentemente, como um importante depósito de memória.
Reconhecendo o sistema da indústria da moda como sendo caracterizado pela dicotomia lentidão / velocidade relacionada com a forma como todos nós consumimos um produto, ‘induviae’ foca-se nos conceitos de ‘wanted and unwanted garments’ relacionados com o nosso quotidiano (espaços privados e públicos), considerando contextos culturais distintos.
A ideia anterior é aprofundada através da exploração de três conceitos-chave: o ‘deslocamento’, o ‘erro’ e a ‘memória’, funcionando como canais para, visualmente, escrutinar o tema principal da coleção.
FEDERICO PROTTO
Explorando as dimensões da imortalidade na moda, esta coleção visa retratar a pesquisa teórica e histórica. Cada coordenado é personificado em metáforas lúdicas associadas aos convidados da nossa festa. Esses personagens juntam-se para uma reunião teatral. Juntam-se a nós: o jardineiro do paraíso, Marie Antoinette, a rainha das fadas, St. Veronika, o carrasco, o fantasma do lençol e, claro, o génio da garrafa!
OPIAR
Rapture, uma cidade voadora criada com o intuito de albergar pessoas cujas ideologias não seguem os princípios do altruísmo praticadas por diversas forças em terra. Local onde o Artista não temerá a censura, o Cientista não será restringido, onde os Menores não serão limitados pelos Maiores.
Construída sobre uma estética de edifícios Neoclássicos e sobre grande influência do Steampunk, Rapture usufrui da habilidade de pairar no ar, graças a Levitação Quântica, que permite que esta cidade móvel e repartida seja interligada e suspensa indefinidamente.
PU TIANQU
O sentido de humor presente na escultura de Erwin Wurm faz-me questionar sobre a forma como nos comportamos e sobre quem realmente somos. A sociedade obriga-nos a seguir um conjunto de regras, que são, algumas delas, contrárias aos nossos desejos. Todos nós procuramos a liberdade, mas nem todos nos orgulhamos de desafiar as regras. Existe uma solução para manter o melhor equilíbrio entre a realidade e a vontade individual? Esta coleção é uma exploração pessoal desta questão.
Enquanto pensava sobre o assunto, li uma entrevista sobre adultos bebés. Involuntariamente, coloquei-me no lugar dos entrevistados e pensei como seria o seu relacionamento com a sociedade. Os seus rostos sérios e confiantes lembraram-me os colegas da minha mãe num escritório financeiro. Fiquei curioso por saber o que poderá estar no guarda-roupa dos funcionários que são adultos bebés e o que eles desejam vestir no trabalho? Inspirei-me nos seus interesses, funções e ambiente de trabalho.
Toda a pesquisa é baseada num jovem profissional imaginário, que tem um novo emprego. Ele é um adulto bebé. Provavelmente trabalha num departamento financeiro. Luta para esconder a sua natureza ou ser ele próprio no escritório. O seu trabalho é sobretudo calcular números e preparar tabelas. Eu geralmente odeio tabelas, mas surpreendentemente sinto-me atraído por vários gráficos das tabelas. Todas as estampagens da coleção são inspiradas nesses gráficos.
RITA CARVALHO
Viajamos para o passado. Andamos para trás no tempo. Chegamos aos antepassados. Criamos um universo ficcionado de uma realidade longínqua, realidade não vivida, apenas imaginada através de histórias contadas e fotos antigas guardadas.
As fotos contam percursos de vida, gerações e amor. Laços familiares de pessoas que se eram queridas. Família. Gerações unidas. Gerações ligadas por algo que não se vê e às vezes nem se sente.
Hoje existimos, como somos, na nossa realidade presente. Em nós permanece toda uma carga genética, de uma herança que nos foi deixada por quem já não está cá ou ainda está. Resta-nos a responsabilidade de não degenerar. Porque ainda existe um futuro.
SASKIA LENAERTS
"Rare Fruit" é uma celebração da diversidade, uma afirmação de que hoje todos somos híbridos de alguma forma.
Esta coleção baseia-se nos efeitos remanescentes do colonialismo. Questiona a sustentabilidade da circulação global de vestuário e, simultaneamente, desafia e levanta questões humanitárias relativas à descolonização e à alteridade.
Cada look representa o "Outro", é diferente em silhueta, material e cor. Mas todos os looks estão unidos como uma coleção.
Para materializar esta coleção, usei objetos usados, cortes de couro e algodão tingido.
A diversidade das minhas origens e o meu fascínio por tentar entender como as pessoas seguem em frente, formam identidades e se retratam a si mesmas através da moda e do vestuário são as bases da coleção.
THE CO.RE
A ansiedade é a epidemia da nossa geração. Atualmente os jovens têm tanta ou mais ansiedade do que o comum paciente de um hospital psiquiátrico dos anos 50.
Com esta coleção, procuramos chamar atenção para a natureza prejudicial da ansiedade e como esta condição psicológica limita quem tem de lidar com ela diariamente. Ao utilizar motivos inspirados em camisas de forças e elementos que restringem o movimento, esperamos iniciar uma conversa sobre o tema da saúde mental, sobre o qual ainda há demasiados preconceitos.
O nosso objetivo é quebrar o estigma.
VÍCTOR HUARTE
A coleção Britannia parte da festividade da procissão de barcos realizada anualmente no dia 4 de junho pela escola Eton, em Inglaterra.
É uma crítica ao sistema académico, que em muitos casos considero desatualizado, arcaico e infelizmente autoritário. É baseada numa reinterpretação de uma estética com forte identidade visual onde, de uma forma contemporânea, procuro atualizar peças clássicas: coletes que se tornam crop tops, camisas com mangas balão de estilo romântico que passam a vestidos, corpetes que procuram redefinir o ideal de silhueta masculina.
Uma estética com uma forte identidade visual onde, aprofundando as tradições e elementos do folclore clássico, procuro, com respeito, reinterpretar o guarda-roupa masculino e refletir a minha visão da moda: estudar o passado, observar o presente para projetar o futuro.
VÍTOR ANTUNES
“Vitant” conta a história de um jovem ambicioso que se muda para uma grande capital pela primeira vez. Inocente e inexperiente facilmente tropeça e deixa-se levar por falsos encantos, entrando num mundo de interesse, dinheiro, fama, drogas, sexo e poder.
Decidido em triunfar, debate no seu íntimo o peso dos seus pecados e o limite dos seus sacríficos. Ficando preso numa luta corrosiva entre o que é certo ou errado.
O preto é predominante, representando o lado “dark” dos ambientes envolventes, com toques de amarelo “desespero”, ou o vermelho que traduz paixão, poder e excitação.
Os materiais são semi-transparentes, deixando passar a visão e a luz, sendo possível espreitar para o verdadeiro “eu” da personagem, mas também são opacos e até repelentes à água, criando um escudo com o mundo exterior.
DAVID FERREIRA
A coleção "S-T-A-U-N-C-H" de David Ferreira têm como origem de inspiração o
documentário de Albert e David Maysles, Grey Gardens, de 1975. David Ferreira inspirou-se na staunch elegance de Big and Little Edies no seu quotidiano decadente, rodeadas pelos escombros do seu passado como membros da alta sociedade Nova-Iorquina.
Embora a base da coleção esteja no filme “Grey Gardens” (1975), a inspiração não é a de um lamento à má sorte da mãe e filha Bouvier Beale. Em vez disso, é uma celebração da beleza encontrada na decadência, na elegância “firme e leal” destas duas mulheres que não foi desintegrada nem pela pobreza extrema nem pelo exilo social. Assim como na criatividade e individualidade do estilo pessoal de Little Edie.
Esta coleção joga com transparências, folhos, godés, recortes e pelo de carneiro, assim como acabamentos de raw edges que se transformam em folhos.
A paleta de cores enluta, em total looks pretos de organza de seda, crepe de seda, chiffon de seda e renda.
VALENTIM QUARESMA
Revolution
Uma viagem às influências da Art Deco na arquitetura e da revolução industrial dos anos 20. A sustentabilidade dos materiais numa abordagem contemporânea. A coexistência de materiais naturais com matérias nobres.
Organza, malha, brocados, madeira, latão, cobre, alumínio, tartaruga, âmbar.
Preto, castanho.
RICARDO PRETO
Now
A roupa é a segunda pele que escolhemos para nós e está inteiramente relacionada com o nosso estado de espírito.
Tendo como inspiração o movimento e intimidade que cada um tem com as suas peças de roupa, Ricardo Preto apresenta uma coleção repleta de silhuetas sofisticadas e práticas para a mulher contemporânea, cortes assimétricos em materiais fluidos, combinações de cor inesperadas em tons terra, azuis, verdes, vermelhos e misturas de padrões.
0 Reality Comments:
Enviar um comentário