

Na realidade com a desconstrução do plano da fachada principal em várias aberturas, todas elas com a sua orientação específica e sem que nenhuma delas se cruze no eixo do olhar, esta obra ganha uma sensibilidade especial na sua usabilidade. É que mais do que a questão estética ou funcional, a personalização de cada espaço de habitação sénior cria uma individualização do espaço e do ambiente, o que ajuda à integração dos seus habitantes nesta nova arquitetura.
Por outro lado, a grande transparência entre o interior e o exterior atenua também a sensação de isolamento que os seus habitantes porventura possam vir a sentir ao irem para lá morar. Mas se a arquitetura exterior tem a sensibilidade necessária para dar um conforto psicológico aos habitantes deste espaço, nos interiores é a serenidade e a personalização dos quartos que faz deste lar um equipamento especial. Cada utente consegue criar no seu quarto um ambiente próprio, sem desvirtuar a funcionalidade dos mesmos, mas personalizando-os ao seu gosto e estilo.
Este cuidado com esta personalização é possível, por uma razão muito específica: todas as estruturas técnicas que normalmente acompanham este tipo de equipamentos sociais, neste caso situam-se num edifício antigo pré existente (cuja ligação é feita por uma galeria de ligação), deixando para esta construção nova apenas uma nova ala de quartos e zona de convívio (no piso 0), facilitando assim toda a arquitetura e toda a sua funcionalidade. Aqui a preocupação foi focada no conforto físico e psicológico dos seus utentes.
É uma obra de uma qualidade rara: ser bela, funcional e sensível ... e é assim que todas deveriam de ser!
Fotos: João Morgado
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