Estamos a entrar na Primavera, e a aproximar-nos da Páscoa e nada melhor do que trazer aqui uma sugestão de fim-de-semana em família e recheado de muitas actividades e surpresas.
Assim sendo, a nossa escolha para esta época do ano recaiu sobre uma das regiões mais monumentais e outra muitas vezes esquecida de Portugal: o vale do Douro no Alto Douro e Trás os Montes.
Comecemos com a escolha do hotel: o Douro 41. Este hotel, localizado em pleno município de Castelo de Paiva, tem na sua localização e na sua arquitetura absolutamente mágica os dois grandes trunfos. Construído em socalcos numa das encostas que são margem do rio Douro, este hotel combina charme, qualidade e um serviço absolutamente irrepreensíveis.
Os quartos são todos virados para o Rio, com francas janelas que trazem a magnífica paisagem para dentro do quarto, mas tudo tão bem feito, que nunca se perde privacidade. Outro dos grandes destaques deste hotel é a sua piscina infinita junto ao Douro, e que faz as delícias de miúdos e graúdos, permitindo fruir da incrível paisagem duriense, com todo o conforto e sofisticação da melhor arquitetura e do design mais moderno.
Mas a descrição e a justificação do porquê da recomendação deste hotel não ficaria completa sem salientar a sua localização absolutamente estratégica para todo este percurso de fim-de-semana. É que o Douro 41 fica situado em Raiva, no concelho de Castelo de Paiva, ou seja no ponto médio de localização dos três grandes momentos deste fim-de-semana. Assim sendo, pela qualidade excepcional, pela localização única e pela sua arquitetura e decoração exímias, este é o hotel ideal para este fim-de-semana entre o Alto Douro e Trás os Montes.
Assim o que propomos é que saiam na depois do trabalho de vossas casas, jantem no caminho, e vão já dormir neste hotel para começar o fim-de-semana já com um pequeno almoço digno desse nome e num cenário que ajuda logo a mudar o mood.
Depois do pequeno almoço, e de um mergulho na piscina (apenas para os mais madrugadores) é então altura de sair (devem sair do hotel por volta das 10h, para dar tempo para o dia todo, com calma e sem grandes correrias) e começar o dia a fazer todo o vale do Douro, com todo o seu cenário mágico e absolutamente hipnotizante, até ao Peso da Régua. A estrada que devem apanhar é a Nacional 222 que é cheia de curvas e contra curvas e a viagem demora cerca de 2h30m, já a contar com algumas paragens para fotografar a incrível paisagem que se vai revelando aos nossos olhos, a cada curva. Pelo vale do Rio Douro acima, percorremos esta paisagem natural classificada pela UNESCO como património mundial, e percebemos a sua beleza bucólica, tranquila e absolutamente mágica e hipnotizante.
Quando chegamos à zona do Peso da Régua, está na altura de continuar a subir um pouco mais o vale do Rio Douro até à Folgosa, onde se encontra o mítico restaurante do muito aclamado Chef Rui Paula: o DOC. Este restaurante tem uma localização absolutamente privilegiada, em cima do Rio, com uma esplanada sobre estacas sobre as calmas águas e com toda uma paisagem de calma e tranquilidade à nossa frente ... mesmo propícia para um aperitivo antes de nos sentarmos à mesa de um dos melhores chefs de cozinha tradicional portuguesa.
Neste Restaurante há o tradicional menú de degustação de todos os grandes restaurantes (dois aliás), mas nós optámos por pedir à carta (que aqui, muito civilizadamente, também é permitido ... o que nem sempre nestes restaurantes acontece, com muita pena nossa). Assim escolhemos para entradas um ovo a baixa temperatura e a alheira e uma sopa de peixe e os frutos do mar que estavam absolutamente deliciosos, como prato principal o incrível clássico de arroz de cabrito no forno e perna de cabrito assada e para sobremesas a sofisticada fruta em sopa de eucalipto e o toucinho do céu com sorbet de alperce, ambos de chorar por mais. Estava tudo absolutamente divino e simplesmente perfeito, em harmonia no prato e em sintonia com a vista. Este é um momento super especial deste fim-de-semana, por isso não se apressem e tomem o vosso tempo. Tendo chegado aqui às 12.30, não saímos antes das 14h, pois quisemos apreciar tudo com tempo e deleitar-nos com toda esta experiência gastronómica portuguesa.
De saída do DOC rumamos ao nosso destino seguinte: o Solar Casa Mateus. Este solar transmontano fica a meia hora de carro e é um dos melhores exemplares de arquitetura solarenga de todo o Portugal. Esta maravilha arquitetónica foi construída pelo famoso arquiteto do barroco portuense Nicolau Nasoni, e tem na exuberância dos seus pináculos e na profusão da decoração das suas fachadas a sua principal marca distintiva. Mas não se pense que a visita se limita ao exterior da casa, pois no interior esta casa (ainda habitada pela família proprietária, daí apenas se visitar parte do solar) existem vários tesouros das artes decorativas, com destaque para uma das mais antigas edições dos Lusíadas ou para a colecção de contadores que decoram as várias divisões da casa.
Tudo está verdadeiramente bem conservado, muito bem iluminado e a visita é uma verdadeira surpresa, pois revela de forma simples, mas charmosa e calorosa, toda a beleza, a história e o charme desta famosa casa apalaçada transmontana. Como a visita demora 40 minutos devem ir na visita das 15h, pois terão de sair às 16h da casa Mateus e assim ainda têm tempo de visitar os seus importantes e exuberantes jardins, que estão maravilhosamente mantidos. Deixamos aqui uma última dica: a casa tem dois tipos de visita: a casa no seu interior e os jardins com acesso automóvel ou deixando o veículo fora da propriedade. Na realidade devem escolher este segundo, pois dos portões não se vê a casa e pode dar a impressão que fica muito longe ... mas na realidade são apenas 3 min a pé desde o portão principal, e assim poupa-se dinheiro e faz-se um passeio pelo meio da natureza que ajuda à digestão do excelente almoço que tivemos no DOC.
Mas depois desta primeira incursão transmontana, aconselhamos a voltar ao Peso da Régua e rumarem à Quinta da Pacheca para um final de tarde marcado com uma visita a esta mítica quinta e incluam nessa visita uma prova de vinhos. Esta é uma das mais tradicionais quintas produtoras de vinho do porto e do douro de toda a região e a sua visita é muito didáctica, pois explica como os vinhos são produzidos, quais as características que fazem do vinho do douro e vinho do porto um néctar tão especial e ensina ainda as grandes diferenças entre os vários tipos de vinho da região.
Atenção que a última visita parte às 17h, por isso não se deixe atrasar muito, pois vai querer ter tempo, na sala de provas, para se deliciar com os vários vinhos que vai provar. São absolutamente requintados e os guias que acompanham as visitas são verdadeiros especialistas em vinho do douro e vinho do porto, por isso é aproveitar a ocasião para conhecer melhor e ao mais pequeno pormenor um dos produtos portugueses mais conhecidos do mundo. No final da visita já deve ser altura do pôr do Sol, assim o que recomendamos é que assista a este espectáculo magnífico ou numa das esplanadas da quinta ou na própria ponte velha que atravessa o Douro e liga esta margem ao do Peso da Régua (que hoje é pedonal). Vai ver as cores do vale a mudarem, com a evolução do sol de branco a vermelho, assim vai mudando também as cores do vale que se estende perante o nosso olhar.
Depois do sol se pôr é altura de voltar a Castelo de Paiva e aqui terminar o dia num dos melhores restaurantes do Norte: o Dona Amélia. Este restaurante é uma autêntica pérola escondida, que apenas os locais conhecem, mas que de tão bom, é muito difícil de conseguir mesa, por isso aconselhamos a fazer a sua marcação com alguma antecedência). É tão difícil de conseguir mesa como de encontrar, mas não se assuste se o GPS o mandar por estradas muito estreitas, íngremes, ou se parece que está a entrar numa casa particular ... porque é mesmo assim que é o acesso a esta absoluta surpresa da cozinha tradicional do Norte.
Aqui termina-se o dia com uma experiência absolutamente única. Desde a entrada pela zona da cozinha, até à sala de jantar com a salamandra (que nas noites mais frias está ligada), passando obviamente pelo cabrito assado no forno de lenha ou pelo leite creme queimado ao momento, sentimo-nos como se fizéssemos parte da família. Esta é uma antiga casa familiar, que virou restaurante por vontade da família que lá vive. É com este sentimento de hospitalidade única, de rendição aos sabores tradicionais da cozinha portuguesa, e de conquista de um bem estar tranquilo e sereno, que terminamos este primeiro dia deste fim-de-semana que aqui vos sugerimos e trazemos.
A primavera está aí, e este é o primeiro dos fins-de-semana que vos trazemos aqui como sugestão este ano ... porque viajar é muito bom, e cá dentro é mais económico e igualmente de excelência. Mas se este dia foi um dia recheado de tradição, amanhã o dia será recheado de inovação e de modernidade. Sim porque esta parte do país também tem muitas surpresas modernas e contemporâneas, e nós não poderíamos deixa-las de fora destes dois dias maravilhosos que aqui vos sugerimos!
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