Ontem trouxemos o primeiro dia deste roteiro de fim-de-semana numa das regiões mais magníficas e esquecidas pelos portugueses: o Alto Douro e Trás os Montes ... e hoje continuamos a trazer a nossa experiência neste território e com todos os detalhes e dicas.
Se ontem nos dedicámos mais ao cenário do Alto Douro, classificado pela UNESCO como paisagem natural património da humanidade, e fizemos uma incursão no território transmontano (a Casa Mateus), hoje vai ser exactamente o contrário, temos apenas uma sugestão no Alto Douro e passaremos o resto do dia nas maravilhas dos montes fronteiriços do norte de Portugal.
E neste segundo dia sugerimos um levantar bem matutino e um pequeno almoço reforçado. Na realidade no Douro 41 o pequeno almoço é um buffet digno desse nome. Quer em salgados, quer em doces, quer em opções mais saudáveis (como iogurtes ou cereais ou frutas) quer em opções mais tradicionais (como ovos ou enchidos ou uma imensa variedade de pães), tudo o que provámos foram absolutamente deliciosas.
No pequeno almoço há um truque: vão reparar que no buffet não há uma máquina de café expresso, mas não há problema, pois podem pedi-lo no final da refeição e este vai ser tirado na hora por um dos simpáticos empregados. Tal como acontece com o expresso no final, pode também pedir para que a cozinha lhe faça uns ovos mais ou menos passados, cozidos ou estrelados, pois tudo funciona verdadeiramente na perfeição!
Depois do pequeno almoço está na altura de rumar a um passeio matinal no melhor destino de aventura natural do mundo de 2018 (segundo os respeitados World Travel Awards): os Passadiços do Paiva. Esta é uma manhã de exercício, no meio da natureza e por um dos percursos mais bem cuidados e mais belos desta região. Serão duas horas e meia de caminho e com mais de 8km para percorrer, e mais de 400m para subir e descer, conforme o sentido que escolham. O nosso conselho é fazer o percurso no sentido Areinho - Espiunca, pois apesar de começar logo com a grande escadaria de subida, depois é sempre a descer ... e assim começa com o mais difícil quando ainda estão frescos e cheios de energia e todo o percurso se torna menos exigente, a nível físico.
Este é um local mágico, com umas paisagens absolutamente de cortar a respiração e com um percurso tão bem criado que nos faz mergulhar no grandioso vale do rio Arouca, e em toda a sua impressionante geologia e flora e fauna. Vai se uma manhã cheia de alguns dos melhores pontos de vista de natureza de todo o Portugal, por isso não se esqueçam de levar o telemóvel com a memória suficiente para tirar muitas fotografias.
A entrada é paga e porque tem um controlo apertado de entradas, devem fazer reservas. Outra das dicas é que em cada extremo do percurso há sempre táxis para levar os caminhantes até ao outro extremo, sem ter de fazer tudo de novo a pé. Para quem queira, claro que pode voltar para trás, mas assim ficam 16km e cinco horas, o que dá cabo do programa que temos para o resto do dia. Claro que o calçado e a roupa deve ser o mais confortável para uma caminhada, por isso, não se esqueçam de, quando fizerem as malas no hotel, deixarem uma muda de roupa mais trendy à mão para mudar de roupa quando voltarem ao carro, pois no almoço que se segue convém não ir de fato de treino ou calções.
Assim, depois do passeio matinal, deixa-se o Alto Douro e rumamos à cidade de Vila Real. É aqui que se encontra o templo gastronómico que vos recomendamos para um almço verdadeiramente transmontano: o moderno e único Cais da Villa. Situado num dos armazéns oficina da antiga estação de comboios, este restaurante tem na irreverência e na criatividade do jovem cozinheiro Daniel Gomes, o seu trunfo adicional que faz toda a diferença.
Claro que este restaurante também tem um menú degustação disponível, mas nós, mais uma vez, decidimos fazer a nossa refeição a la carte e escolher o nosso percurso gastronómico. Assim podemos recomendar sem qualquer hesitação a suave sopa de alho francês com vieira e lagostim braseados ou a mais forte sopa de cogumelos do bosque e alheira de mirandela com ovo a baixa temperatura, os deliciosos milhos à Transmontana com carne de porco Bísaro em vinha d’alhos e para finalizar o excepcional pão-de-ló da casa (que demora um pouco mais mas é tão bom e tão grande que dá para partilhar e vale realmente a espera ... aliás podem logo dizer que o querem quando escolhem o prato principal e portanto o serviço irrepreensível repara que está na hora de começar a fazer e assim não espera quase nada). Este é um almoço que é uma verdadeira refeição transmontana, com sabores do bosque, carne da montanha e técnicas tradicionais refinadas por um jovem muito talentoso, que gere a cozinha deste templo gastronómico com uma virtuosidade que dá gosto ver (sim a cozinha está aberta para a sala e toda a sinfonia e alquimia de sabores se passa em frente aos nossos olhos).
Depois da incrível refeição está na hora de seguir até ao próximo destino: o Parque das Pedras Salgadas. Situado um pouco mais a norte de Vila Real, este parque é o coração de umas termas que têm aqui o seu expoente máximo. Bem conservado (só o antigo hotel ainda está por recuperar), aconselhamos que explore e se perca neste parque, pois vai descobrir edifícios clássicos e modernos absolutamente incríveis.
Desde o antigo casino, agora transformado em centro de reuniões, passando pelas modernas casas das árvores, o parque oferece vários momentos de passeio pelo meio da natureza, e tudo com um interesse acrescido pelas surpresas arquitetónicas que se vão encontrando pelo caminho. Sendo um parque relativamente romântico é o momento ideal para relazar e deixar-se mais uma vez conquistar pela natureza e pela frescura desta antiga estância termal.
Mas se estamos em trás os montes, e estamos a falar de termas, então há um último local que não se pode deixar de visitar: o Vidago. Um pouco mais a norte ainda (a cerca de 30 min de carro) esta antiga estância termal transmontana é agora o local onde pode encontrar um dos mais exclusivos e luxuosos hoteis de portugal. Este maravilhoso retiro já foi considerado pelos World Luxury Hotel Awards como um dos melhores do mundo, e quando se chega percebe-se porquê.
O edifício é espetacular e recomendamos um passeio no parque e um chá no bar para perceber a sofisticação do local e ao mesmo tem provar um dos maravilhosos chás raros que eles têm na sua carta de chás. Não tenham medo de arriscar ou de perguntar ao empregado qual o chá mais adequado ao seu gosto. É aqui, no meio deste absoluto luxo transmontano que recomendamos que termine o dia, com um chá branco ou um darjeeling autêntico, com os maravilhosos bolos que acompanham o serviço de chá e na sala do funco, onde a luz do pôr do sol a transforma em dourada e todos os detalhes ganham uma nova vida e mudam de cor perante os nossos olhos.
Este é um fim-de-semana no Alto Douro e em Trás os Montes, ainda duas regiões cuja exploração turística não está tão massificada e cuja autenticidade da experiência é possível em todas as suas vertentes. Natureza, sabores, património mundial e requinte, luxo e simplicidade é a nossa proposta para um fim-de-semana desta primavera, pois viajar é um excelente remédio para o stress e para o cansaço ... e viajar cá dentro é bastante mais confortável para as nossas (e as vossas) carteiras!
Este é o primeiro dos roteiros de fim-de-semana que vamos trazer aqui ao longo do ano, pois estamos a preparar-nos para trazer aqui, todos os meses uma viagem que vai deslumbrar todos e conquistar até os mais exigentes. O primeiro Especial Fim-de-Semana tinha de ser nacional ... mas já neste próximo mês vai acontecer a nossa grande viagem deste ano. Fiquem atentos, pois é já esta próxima semana que vamos começar a revelar todos os detalhes!
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