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NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 13




UM HOTEL DESENHADO POR UM GÉNIO

Foi com bastante prazer que hoje acordámos num dos hotéis mais míticos da cidade de Brasília: o Brasília Palace Hotel .

Desenhado por Oscar Niemeyer como o primeiro hotel da capital federal, este edifício tem uma arquitetura que respira modernismo, desenho, arquitetura, arte e design. Do puxador da porta ao azulejo da parede, do mobiliário das zonas sociais aos objectos históricos que estão espalhados pelo espaço do hotel (com destaque para o carro que Juscelino Kubitschek usou para vigiar as obras da sua sonhada capital federal), dos espaços exteriores aos interiores, tudo está em harmonia com este magnífico exemplar da arquitetura modernista brasileira.

Mas o melhor ainda estava para vir, quando descemos para o pequeno almoço e este é servido num lounge exterior coberto junto à piscina, com a sala dominada por uma pintura mural origina de desenho de Oscar Niemeyer.

O nosso começo de dia em Brasília, não poderia ter sido mais perfeito!


O PALÁCIO DA ALVORADA

Mesmo ao lado do nosso hotel (a apenas 10 min a pé deste) está situado o Palácio da Alvorada - residência oficial do Presidente da República Federal Brasileira. Ora foi exactamente este o nosso primeiro destino.

Caminhando por ruas de dimensões descomunais e por caminhos rodeados por uma relva impecavelmente aparada e verde, chegamos então ao delicado, elegante e discreto Palácio da Alvorada.

Surpreendemos-nos com a escala humana do edifício, que apesar de estar a uma distância considerável, não é tão impressionante quanto esperávamos. Foi aqui que começámos a perceber esta estranha cidade, mas ainda não a percebemos bem.

Com esta sensação de estarmos numa cidade diferente de tudo o que já visitámos até ao momento, apanhamos um táxi e dirigimo-nos para o centro monumental da cidade.





A PRAÇA DOS TRÊS PODERES

Após uma viagem de pouco mais de 20 minutos pelo meio de estradas descomunalmente grandes, e com zonas verdes envolventes a perder de vista, chegamos ao centro do poder brasileiro: a Praça dos Três Poderes.

Este é o centro monumental da cidade desenhada nos idos anos 1950/60, e é aqui que o Palácio Presidencial (o poder executivo), o Congresso Nacional (o poder legislativo) e o Tribunal Federal (o poder judicial) se situam, ocupando três lados do imenso rectângulo perfeito que é a praça. Mas há um quarto lado que é ocupado por um quarto poder: a alma brasileira.

É neste quarto lado que está a gigantesca bandeira nacional e o panteão dos heróis nacionais, que vão desde o mítico herói da independência Tiradentes até ao famoso estadista e ex presidente da república Tancredo Neves.

Aqui nesta praça a poder brasileiro apresenta-se em toda a pompa, circunstância, mas também com pureza de formas e elegância.

É aqui que a genialidade de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer (os arquitetos que desenharam Brasília) se manifesta na sua forma mais perfeita, pois é a sua mestria que transforma edifícios gigantescos em construções leves e de escala muito humana.





A CAMINHADA ATÉ À CATEDRAL

Depois de maravilhados com os exímios edifícios da Praça dos Três Poderes, seguimos para a esplanada dos ministérios, e é aqui que nos damos conta da escala absolutamente mastodôntica (no bom sentido) que tem a cidade.

A caminhada demora mais de uma hora e é aqui nesta esplanada que, depois de percorridos todos os edifícios que albergam os vários ministérios do governo brasileiro, se encontram mais quatro obras primas desta cidade desenhada: o Teatro Nacional; a Biblioteca Nacional; o Museu da República; e a Catedral.

Os quatro edifícios são absolutas obras primas do mítico Oscar Niemeyer, exibindo a sua beleza sublime, nas suas obras puras e primordiais, mas contrastando bastante entre si.

São três marcos fundamentais da arquitetura modernista brasileira, e visitas fundamentais da cidade, pela sua significância arquitetónica, mas também pelo diálogo de contrastes harmoniosos que estas estruturas estabelecem entre si.

É um culminar perfeito de uma manhã de passeio, neste eixo fundamental da cidade.


O BAR BRASÍLIA

Sendo já horas de almoçar, apanhamos um taxi e rumamos ao nosso local eleito para esta refeição. Situada na Asa Sul, em plena "quadra 506" está uma das maiores instituições da vida boémia da capital federal: o Bar Brasília.

Como esta é uma cidade nova, toda ela desenhada através do sonho de um Homem (o presidente Juscelino Kubitschek) e concretizada pelo traço de dois visionários (Lúcio Costa e Oscar Niemeyer), houve que trazer para esta cidade um café que trouxesse peças da história do país. Esse café é o Bar Brasília.

No seu interior podem-se ver armários de uma farmácia do príncipio do séc. XX de São Paulo, lustres de um mítico café da cidade de Espírito Santo e painéis de azulejos de um restaurante do Rio de Janeiro, entre muitas outras relíquias. Se estes locais já desabareceram, a sua história passou a fazer parte da história de Brasília. E é neste cenário que almoçamos uns deliciosos pastéis, e uns muito gulosos doces.

O almoço é verdadeiramente delicioso e é a preparação para mais uma longa etapa de visitas que temos pela frente.


O SANTUÁRIO DE DOM BOSCO

A uma distância de pouco mais de 10 minutos a pé está outra das obras primas da arquitetura de Brasília: o mágico Santuário de Dom Bosco.

Este santuário é uma construção em betão e vidro, cuja leveza é tão incrível, quando é mágica a luz que entra pelas quatro paredes de vitrais que conformam os quatro lados do paralelipípedo que forma este espaço de culto único.

A luz que entra tem uma tonalidade azul e rosa, que transforma todo o ambiente interior num espaço celeste e de uma dimensão mística inquestionável. Quem quer que entre nesta igreja modernista não consegue ficar indiferente à obra prima de vidro e luz das paredes de vitrais.

Este é mais do que um espaço religioso, é um espaço místico e espiritual!



OS DOIS MEMORIAIS QUE ENCERRAM A ZONA MONUMENTAL

Depois de mais um passeio na Asa residencial Sul, apanhamos novamente um táxi até ao final da alameda monumental de Brasília, para visitar os dois memoriais que a encerram: o Memorial dos Povos Indígenas e o Memorial JK.

Ambos desenhados novamente pelo mestre Niemeyer, homenageiam os povos originais do Brasil, a sua cultura e o seu papel na formação de uma identidade cultural brasileira e o homem que sonhou com uma cidade que unificasse o país e transmitisse toda a sua grandiosidade.

São dois memoriais elegantes, que se juntam no extremo oposto à Praça dos três poderes, como que simbolicamente ligando o passado e o presente, a identidade e a democracia, a humanidade e o poder brasileiros.

É aqui que vivemos o perfeito pôr do sol de Brasília e testemunhamos que esta cidade, desenhada a régua e esquadro, foi um momento de utopia urbanística e arquitetónica tornada realidade!


O CENTRO CULTURAL DO BRASIL

Se há uma instituição cultural que se destaca em Brasília, é o CCBB - Centro Cultural do Banco do Brasil.

Este CCBB, localizado no extremo oposto do corpo central da cidade (muito perto do nosso hotel, onde tínhamos as malas), é um espaço onde o maior banco brasileiro cumpre um dos seus papéis de responsabilidade social: a preservação e incentivo à criação de uma cultura brasileira contemporânea.

Assim decidimos que a melhor forma de fecharmos este dia na capital federal do Brasil, é exactamente rumarmos ao local onde a arte e a identidade brasileira se fundem, confundem e potenciam. Este é um exemplo perfeito de como uma grande instituição pode e deve cumprir o seu papel social. Aqui não é só a pintura ou a escultura que têm espaço expositivo, mas também o artesanato e a fotografia, o teatro e literatura, a música e o cinema. Aqui todas as artes fazem parte de um projecto global, cujo objetivo final é a preservação de uma identidade comum num país tão diverso como o Brasil, e que deve ser preservada a sua história, mas também incentivada a sua criação contemporânea.

É uma lição de responsabilidade social a visita a este centro cultural, e é com esta última visita e já com a noite instalada que encerramos a nossa curta mas riquíssima visita à impressionante cidade de Brasília!


E CHEGÁMOS À SELVA AMAZÓNICA

Depois de comermos uma tábua de queijos e fumados e provarmos umas cervejas artesanais em Brasília, passamos pelo Palace Hotel, apanhamos as nossas malas e rumamos ao moderníssimo aeroporto de Brasília.

Se esta viagem tem como objectivo visitar os locais fundamentais deste Brasil contemporâneo de contrastes e locais inigualáveis, ora depois da maior metrópole (São Paulo), da maior zona húmida do mundo (o Pantanal), da primeira capital (Salvador), da praia mais paradisíaca (Fernando de Noronha), da cidade utópica (Brasília), falta a selva das selvas: a Amazónia. O voo que se segue é operado pela companhia LATAM e vai-nos levar ao final de perto de três horas de viagem, ao nosso próximo destino - Manaus.

Se podemos confirmar que o check in da Latam de Brasília é de longe o mais eficiente e user friendly que alguma vez já encontrámos em todas as viagens que já fizemos, também podemos deixar aqui a dica, que nesta companhia, o serviço de bordo e o espaço nos aviões são os piores que já apanhámos aqui no Brasil. O serviço de bordo é composto apenas por uma água, tudo o resto é pago e o espaço por cada passageiro é tão redizido que as mesas para abrir não permitem que o banco da frente esteja deitado (de potra forma a mesa não tem espaço para ficar na horizontal).

Foi portanto cansados de um dia de passeio e de uma viagem verdadeiramente desconfortável que chegámos à capital do estado da Amazónia. Aqui, apesar da hora da madrugada (pois já eram quase duas horas da manhã) tínhamos um serviço de transfer verdadeiramente personalizado e eficiente. Um funcionário do hotel esperáva-nos na saída do aeroporto, conduzui-nos ao confortável SUV que nos esperava, que nos levou até à lancha rápida que nos fez chegar ao hotel. Tudo isto durou apenas uns meros 20 minutos ... e chegámos ao Amazónia Eco Lodge.

É em plena Amazónia que dormimos hoje, e que vamos passar o dia de amanhã e seguinte, vivendo a selva na sua plenitude e com a qualidade e a responsabilidade deste que é considerado o melhor hotel deste que é considerado o pulmão do mundo!

NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 12


A PARTIDA DO PARAÍSO

Foi com alguma pena que deixamos este paraíso terrestre de seu nome Fernando de Noronha. Depois de mais um pequeno almoço tomado no alpendre da nossa Pousada Alamoa, mais uma vez feito ao nosso ritmo e à nossa vontade pelas simpáticas empregadas, damos dois dedos de conversa com a contagiante Dora (dona da pousada), que nos explica o porquê de não nos ter recebido no primeiro dia ("a ilha atravessa um período que todos temos de nos mobilizar, por isso estive todos os dias em reuniões até hoje, mas não quis deixar de nos cumprimentar pessoalmente antes de partirmos) e carregamos as malas no buggy amarelo e rumamos até ao aeroporto.

O pequeno aeroporto está repleto de pessoas, mas tudo se passa num ápice, pois toda a logística é feita rapidamente pelos poucos funcionários no local. Tudo é simples, calmo, sereno e tranquilo, sem pressas, mas resolvido a tempo, pois estamos numa pequena estrutura e tudo se resolve com dois passos de distância e a simpatia destes funcionários locais.

É uma boa despedida esta de Fernando de Noronha, que só fica completa, quando o pequeno avião da Azul sobrevoa a ilha e a revemos de uma visão aérea, como um paraíso que nos faz lembrar a ilha da "Terra do Nunca" de Peter Pan, verde e de cumes acentuados, no meio de um mar turquesa e esmeralda, antes de atravessarmos as nuvens e voltarmos ao nosso mundo!






NOVOS VOOS E AS VISITAS INESPERADAS

Chegados ao aeroporto do Recife, voltámos à resolução do problema dos voos cancelados da Avianca e então a pedirmos as cartas declarativas de que o voo tinha sido cancelado. Prontamente nos são dadas, e fazemos então o check in nos novos voos da Azul que nos levarão ao nosso próximo destino: Brasília.

Mas porque a nossa escala se tornou demasiado longa, decidimos almoçar no aeroporto e chamar um Uber para podermos dar um passeio pelo recife e por outro destino vizinho: a famosa e histórica cidade de Olinda.

O que se seguem são duas horas e meia de passeio com um simpático Jackson, que nos explica que não conhece muito bem ambas as cidades, mas que vai fazer o seu melhor. Simpático, diligente, surpreende-nos com uma passagem pelo centro de Recife mostrando-nos a sua marginal, o famoso marco zero das estradas do estado e alguns dos seus bairros mais conhecidos. Explica-nos um pouco a forma como a cidade se organiza, os bairros difíceis, conta-nos histórias pessoais de aventuras com o crime que há na cidade e diz-nos que é um aficionado de motas.

No meio de uma conversa animada chegamos à cidade de Olinda. Aqui sentimo-nos em casa, pois o centro histórico de Olinda é uma autêntica vila tradicional portuguesa, com ruas estreitas, pequenas contruções habitacionais baixas, de várias épocas e estilos diversos, com as suas igrejas nos pontos mais altos e as suas ruas empedradas ... mas tudo com muita cor!

Sim, tudo nos soa a muito familiar, mas só que com muita cor. Vermelhos, amarelos, verdes, e rosas, azuis ou liláses, não importa que tonalidade ou que mistura, mas tudo tem cor. Exceptuando o forte octogonal e as igrejas, ambos pintados de branco. É uma sensação estranhamente familiar, mas igualmente muito brasileira e tropical.

O centro da cidade é bonito, mas temos de voltar, pois como nos explica o simpático Jackson "o trânsito vai apertar", e não quer que os seus primeiros clientes portugueses percam o avião!

Assim é, chegamos a tempo ao aeroporto e embarcamos para São Paulo Guarulhos e daqui para Brasília onde chegamos já perto da meia noite.



O HISTÓRICO PALACE HOTEL

Depois de várias horas de aeroportos e de voos, chegamos à capital federal do Brasil e percebemos que estamos numa cidade nova.

As dimensões do aeroporto, das avenidas ou dos jardins são descomunais. Tudo aqui tem um tamanho superior ao que se possa esperar, e uma avenida pequena tem três faixas em cada sentido e um parque igualmente largo como separador central.

O nosso Uber conduz-nos até ao nosso destino final de hoje: o histórico Palace Hotel. É neste monumento nacional, desenhado pelo próprio Oscar Niemeyer, como o primeiro hotel da cidade, que vamos pernoitar e vai ser uma noite descansada no meio do melhor design de estilo brasileiro modernista e futurita, como só em brasília e como só Oscar Niemeyer conseguiram imortalizar.

Dormimos num Hotel histórico e com muita história, mas amanhã exploramos melhor este edifício e todos os encantos deste e da sua monumental cidade!

NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 11


DE NOVO NO PARAÍSO

A sensação de acordar numa ilha paradisíaca é algo muito especial, e em Fernando de Noronha, esse especial é muito notório. Assim, novamente sem horas, voltamos a acordar tranquilamente e a degustar um pequeno almoço feito no momento para cada um de nós.

Neste segundo dia, há uma novidade: a crepioca. Esta especialidade brasileira não é mais do que crepes feitos com a famosa tapioca, tornanco-se assim muito mais saudáveis e verdadeiramente sem gluten. É a nossa opção e é a nossa primeira refeição do segundo dia no paraíso!


A PASSAGEM PELO AEROPORTO

Logo na nossa chegada conseguimos um voo alternativo ao voo cancelado pela aAvianca que ligaria Recife a Brasília, mas a nossa solução foi por dois voos da Azul substituindo um voo direto por uma ligação Recife/São Paulo Gurulhos/Brasília.

Reservámos online no site da companhia eleita - a Azul, que de facto se distingue pela qualidade relativamente às congéneres - e pagámos com cartão de crédito online. Mas durante esta noite recebemos um email que nos deu conta de problemas com a nossa reserva e que nos indicava um telefone para os conctar. Assim fizemos e fomos informados que o pagamento online tinha sido suspenso pela própria companhia por política anti fraude e portanto que pediam que o pagamento fosse feio pessoalmente num balcão da companhia até 4h antes do voo.

Surpreendidos com esta política da companhia, mas agradados com a sensação de segurança que nos deu, a primeira coisa que fizemos nesta manhã foi ir até ao aeroporto de Fernando de Noronha e fazer exactamente este pagamento.



A FAMOSA BAÍA DO SANCHO

Se há um local que é o postal turístico de Fernando de Noronha é exactamente o que nos dirigimos logo a seguir: a Baía do Sancho.

Se neste segundo dia o Sol reina nos céus desta ilha, já no piso das estradas de floresta ainda é a lama, as poças e os buracos que dominam o cenário. Assim foi totalmente salpicados de lama que chegamos (mas chegamos, pois conseguimos não ficar atolados no meio das piscinas de lama que atravessámos) ao centro de recepção dos visitantes da Baía do Sancho.

Rodeados de selva equatorial, assoberbados por um calor intenso, perseguidos por enxames de mosquitos, percorremos as passadeiras de madeira elevadas do solo e descemos um percurso de mais de 300m até à beira da falésia da mítica Baía. É nesta chegada que percebemos a beleza absolutamente de filme qye este local tem. Parece que estamos numa daquelas sagas que se passam num paraíso perdido, com mar asul turqueza e verde esperalda, com escarpas com cascatas de água a cair, bandos de aves exóticas a atravessar este espaço, profundo e que lá no fundo tel uma clara e fina linga de areia a contornar as altas escarpas negras da ilha.

Este é um cenário natural perfeito, modelo de paraíso perdido, e que no entanto, apesar de utópico, aqui em Fernando de Noronha, se converte em realidade.

Depois de uma descida por uma escadaria de 180 degraus vertiginosa, chegamos com os nossos pés à areia da baía do Sancho e deleitamo-nos por algumas horas com todo aquele cenário natural absolutamente perfeito!



DE VOLTA À PRAIA DO SUESTE E AS COMPRAS DE FINAL DE TARDE NA VILA DOS REMÉDIOS

Depois de algumas horas no paraíso chamado Baía do Sancho, decidimos voltar a encarar a escadaria vertiginosa que sobe na vertical por entre fendas na rocha e voltamos à base dos visitantes desta maravilha natural. Regressamos ao nosso buggy, voltamos a atravessar piscinas de lama e rumamos mais uma vez à praia do Sudeste, para podermos gozar o pôr do sol no meio de tubarões e outra fauna marinha.

Infelizmente quando lá chegamos somos informados que a permanência na praia é proíbida depois das 16h. Restam-nos portanto apenas 30 minutos para, mais uma vez tomar banho no meio de tubarões bébé e encerrar o dia de praia na fantástica baía.

Mas se o pôr do sol não nos é permitido nesta praia, decidimos voltar ao centro da Vila dos Remédios e dar umas voltas pelas lojas locais. Aqui descobrimos uma loja muito diferente: a loja Neuronha.

Especializada em roupa de praia e de surf, são os seus padrões florais, as suas cores fluo e os seus formatos descontraídos que nos cativam. A qualidade dos produtos é assinalável, os preços confortáveis (para a qualidade apresentada) e os padrões absolutamente mágicos. Redemo-nos e compramos alguns produtos.

Foram umas compras de final de tarde em Noronha.





O JANTAR NO CACIMBA

Já com o sol a por-se, voltamos à Alamoa, onde nos espera um chá de final de tarde com uma torta de laranja recheada de goiabada. Este sim é um final de tarde digno de um ambiente relaxado e tranquilo.

Tão tranquilo e tão relaxado, que não resistimos a uma pequena sesta antes de nos arranjarmos para o jantar. É qua vida nesta ilha paradisiaca, parecendo que não, cansa bastante!

Duchados, vestidos a rigor, saltamos de novo para o nosso buggy amarelo e vamos novamente até ao centro da Vila, e mesmo ao lado do palácio da administração, está uma pequena casa onde a simpática chef Bárbara Valença nos espera para um jantar absolutamente irrepreensível no Cacimba Bistrot.

Com a mestria do chef Aurecilio Romão, a cozinha deste restaurante aposta em três pilares: receitas tradicionais que nos assaltam a memória; sabores de excelência com ingredientes locais; e inovação discreta da tradição gastronómica brasileira e noronhense.

O resultado é uma refeição de luxo, desde o Polvo Sensorial na entrada, ao Strogonoff de Camarão, passando pelo reinventado Churro, mas recheado com doce de leite e acompanhado com gelado de canela, tudo estava divinal e absolutamente incrível.

Foi uma última refeição en Fernando de Noronha, com assinatura de um dos mais conhecidos chefs da ilha, que nos fez perceber uma ideia que trespassa todos os momentos da nossa estadia aqui: aqui o tempo não se conta em horas, mas sim em momentos inesquecíveis!

Foi assim que terminou a nossa estadia em Fernando de Noronha, pois amanhã de manhã partimos rumo a mais um trilho neste Brasil contemporâneo e tradiconal, cheio de contrastes e rico em experiências únicas.

NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 10


ACORDAR NO PARAÍSO NÃO TEM HORAS

Com todo o stress da véspera, e uma vez que o pequeno almoço na Pousada Alamoa, onde ficámos alojados, é servido até ao meio dia, decidimos nesta primeira noite em Fernando Noronha acordar livres de horas ou de despertadores.

Assim foi que acordámos pela primeira vez em Fernando de Noronha, relaxados, tranquilos e sem pressas. Melhor foi o nosso acordar quando a simpática Cácia nos disse que poderia preparar na hora os ovos como quiséssemos ou fazer uma omelete com queijo, fiambre, tomate e basílico ... ou tudo. Claro que o pequeno almoço foi um deleite, com sumos feitos na hora, a omelete deliciosa e fruta descascada no momento. Tudo terminou com um café e uns biscoitos de laranja caseiros deliciosos.

Foi assim que percebemos que aqui, no paraíso de Fernando de Noronha, o acordar não tem horas!



DE BUGGY AMARELO ATÉ AO PORTO

Aqui em em Fernando de Noronha há cinco formas de os visitantes se deslocarem: a pé, de autocarro (que passa um em cada sentido a cada 45 min) de táxi, de carro alugado (raros e como tal caríssimos) ou ... de buggy. Foi esta a última opção a que escolhermos, e assim contactámos o simpático Gil que nos entregou um buggy amarelo canário na nossa pousada logo de manhã.

Como fomos avisados que o buggy tinha pouca gasolina, o primeiro que fomos fazer foi ir até à única bomba da ilha e encher o depósito (que segundo o Gil, um depósito chegará para toda a nossa estadia na ilha). E como esta era perto do único porto da ilha, assim fomos até lá e foi logo o primeiro local que visitámos.

Tendo estado a chover bastante nos últimos meses (mais do que o habitual, segundo os locais), tivemos sorte, pois este nosso primeiro dia foi o primeiro que não começou com chuva. No entanto ainda estava relativamente nublado. Mas independentemente da luz meio cinzenta, a beleza natural da ilha vulcânica é absolutamente deslumbrante. Os cumes das rochas que se lançam no ar repletos de uma vegetação exuberante e frondosa, cujos verdes contrastam com o negro das rochas, e o azul intenso das águas que se funde no horizonte com o cinza dramático das nuvens, fazem deste cenário um absoluto assombro.

Até aqui tínhamos percebido que a ilha era linda, pois pela estrada já tudo se anunciava paradisíaco, mas foi nesta praia do porto, com os barcos de madeira na areia, pintados de cores garridas, e todo este cenário natural envolvente que nos apercebemos: estamos num lugar muito especial!


O PROJETO TAMAR E A PRAIA DO SUESTE

A ilha de Fernando de Noronha é o resultado de um volcão cujo limite da sua cratera subaquática situa-se em pleno atlântico a cerca de uma hora de avião de Recife e mesmo em cima da linha do equador. Por isto, esta é uma ilha muito especial repleta de fauna e flora únicas e absolutamente preciosas e belas.

Os grandes guardiões deste parque natural são o Projeto Tamar. É junto à sua sede na ilha que podemos comprar as entradas na zona de Parque Natural, e é aqui que ficamos a saber todo o trabalho de recuperação e salvaguarda de espécies que este incrível projeto de proteção e salvaguarda ecológica está a fazer. Nomeadamente com as tartarugas da ilha, que estiveram quase extintas e actualmente, graças à ação do Projeto Tamar, já têm a sua população em níveis mais normais.

Depois das entradas no parque compradas, dirigimo.nos para a ponta sul da ilha e para a primeira praia que visitamos: a Praia do Sueste. Esta prara é a primeira que visitamos que se insere no perímetro do parque natural e que nos deixa completamente rendidos à beleza única e edílica da ilha. É aqui que passamos o resto da nossa manhã, a apreciar a vista da Baía do Sueste, a tomar banho nas tranquilas águas e a relaxar entre tubarões bébé, que nadam entre nós, como se nós pertencessemos ao seu próprio ecossistema.

A sensação é única, a beleza rara e o tempo pára perante tamanho paraíso na terra!



AS PRAIAS DO MAR DE DENTRO E A BAÍA DOS PORCOS

A ilha está dividida em duas partes, uma que está virada para o continente a que se chama o Mar de Dentro e outra que está virada para o meio do Atlântico (e para o centro do vulcão submarino) a que se chama o Mar de Fora. Ora se a Praia do Sueste estava no Mar de Fora (onde existem os tubarões e raias e tartarugas), as praias seguintes situavam-se no mais bravo Mar de Dentro.

Depois de um percurso de buggy por estradas de lama dignas de qualquer filme de Indiana Jones no meio da selva equatorial, chegamos a uma extensão de areia imensa e que dobra cabos de rocha negra, onde aves de diversas espécies nidificam nesta época do ano: é aqui que são as praias da Conceição, do Americano e da Cacimba do Padre.

As três, na maré baixa, unem-se numa extensão de areia infindável, fina como pó, e que se encontra deserta de pessoas e repleta de aves. Nas próximas horas é aqui que ficamos a percorrer esta extensão do paraíso chamado Fernando de Noronha, onde só surfistas e alguns aventureiros como nós estão nesta altura do dia. É aqui que o sol começa a despontar no meio das núveis e é aqui que nos apercebemos que com a alteração da luz, também o mar, a vegetação e as rochas ganham novas cores, incríveis e hipnotizantes.

Aqui passamos a tarde, e é aqui, numa barraca de praia (o restaurante das gémeas, na praia da Cacimba do Padre - o único de todas as praias) que comemos o nosso almoço, simples, mas delicioso, preparado na ora para nós, com peixe "muito Fresco" e deliciosamente temperado.

Depois de almoço ainda temos a sorte de a maré descer ainda mais e ser o suficiente para conseguimos ir a pé até à vizinha (e raramente acessível) baía dos Porcos (já dentro do perímetro do parque natural novamente), onde desfrutamos de um cenário de rochas e mar impactante e muito belo.

A sensação de comunhão com a natureza é absoluta, a ideia de que nada pode ser mais tranquilizante do que aqueles momentos de praia deserta cujo único som é o das ondas e das aves que voam sobre as nossas cabeças é unânime e é neste cenário absoluto de perfeição que passamos a nossa tarde.


O CENTRO DA VILA DE REMÉDIOS

Quando se está a aproximar o pôr do sol, começam a chegar alguns grupos de turistas com as tais excursões que nos quiseram vender à chegar ... aqui sabemos que está na hora de partir e regressamos ao nosso buggy, à estrada de lama e depois à estrada de alcatrão que atravessa a ilha longitudinalmente e nos leva até ao nosso destino de pôr do Sol: a Vila dos Remédios.

Este é o maior povoado da ilha, e tem na sua praça central o seu coração. O palácio da Administração (que data do século XVI) a sua igreja (sec. XVII), a sua única agência bancária e as inúmeras lojas de marcas de roupa de praia e de souvenirs estão aqui concentradas.

Viemos na hora exacta, para podermos gozar este centro vazio de pessoas, enquanto todos os turistas estão nas praias do Mar de Dentro a ver o Pôr do Sol, temos a pequena vila para nós e passeamos pelas ruas empedradas originais e sentimos a magia do local.

Tudo bate certo com a ideia de uma pequena cidade colonial, desde o palácio do governo da ilha com a sua colunata seiscentista, até às palmeiras que o ladeia e a vegetação equatorial que envolve a igreja branca. É como se estivéssemos num cenário de um filme de época, só que aqui é real e portanto tem uns quantos táxis e buggis a passear nestas ruas e praças de empedrado irregular e muito antigo!



A VARANDA DE NORONHA

Depois do sol posto, voltamos à pousada e ao nosso vizinho Xica da Silva. Como este restaurante fica mesmo ao lado da nossa Pousada Alamoa, enquanto uns tomam banho, os outros estão no Xica a deleitar-se com cocktails e petiscos maravilhosos.

Depois desta fase pré jantar (e de uma breve sesta que o calor torna indispensável), rumamos então até ao restaurante escolhido desta noite: o Varanda de Noronha.

Localizado numa rua lamacenta do bairro da floresta nova, esta casa é um verdadeiro templo de estilo na ilha de Noronha. Com uma decoração rústica, mas sofisticada, um serviço descontraído e correcto, o nosso jantar torna-se absolutamente perfeito, quando percebemos a sofisticação da cozinha deste restaurante.

Fazendo parte da rede brasileira de restaurantes da boa lembrança, este restaurante vive na perfeição o espírito desta: servir e proporcionar pratos e momentos que deixam uma boa lembrança a quem por la passa. Assim quando provamos os Camarões da Boa Lembrança (camarões flambeados com puré de banana da terra com manteiga e queijo de coalho e cebola crocante) e o Gratinado de Frutos do Mar (que tem marisco e polvo feitos na perfeição envoltos num arroz com leite de coco e gratinado com crosta de pimentões e queijos) percebemos exactamente o que querem dizer com a boa lembrança: é que estes serão pratos verdadeiramente difíceis de esquecer.

Mas se tudo estava perfeito, no final, quando nos trazem o prato onde foram servidos os camarões e nos oferecem como lembrança da nossa passagem pelo Varanda de Noronha, tudo se torna absolutamente notável sublime!

A noite foi tão perfeita quanto o dia, e por isso decidimos ir descansar para nos prepararmos para mais um dia de Fernando de Noronha, que esperamos tão cheio de emoções quanto este!

NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 9


SALVE SALVADOR

Foi com alguma nostalgia que acordámos pela primeira vez na "nossa casa colonial" de Salvador. Como sempre o pequeno almoço no Hotel Villa Vahia foi uma coreografia com um tempo muito preciso e eficiente e foi assim que ainda os primeiros raios de sol raiavam partimos da capital da Bahia.

Esta cidade deixou-nos uma sensação de contradição. Salvador foi capaz de momentos absolutamente únicos e mágicos (como os passados na Casa de Tereza ou na Casa de Jorge Amado, e também momentos absolutamente contrastantes de sofisticação e qualidade, como foi o caso da visita ao popular e exótico mercado de São Joaquim ou o cenário de favela que vimos das janelas dos Ubers que tomámos durante estes dias.

É uma cidade que vive entre um passado glorioso, um presente desigual e (pela quantidade de obras que a cidade tem) espera-se um futuro mais equilibrado.

Um desses exemplos é esta exuberante estrada de acesso ao aeroporto, espectacularmente ladeada por esta foresta cerrada de bambus, que formam dois túneis naturais por onde passamos quando chegamos e quando saímos do aeroporto. É como se nos transportássemos da nossa realidade para outra paralela ... que é a gentil, interessante e paradigmática cidade de Salvador.



DOIS VOOS E UMA COMPANHIA DE AVIAÇÃO FALIDA

Depois de algum tempo no aeroporto de Salvador damo-nos conta que algo estranho se passa com os voos da companhia de aviação Avianca.

Estamos de partida de Salvador para Recife, onde fazemos uma curta pausa de duas horas (e aqui no Brasil, quando a escala é para trocar de voos com companhias diferentes, tem de se esperar a mala nas chegadas, e voltar a fazer o check in da mala na nova companhia, o que faz com que tudo seja verdadeiramente menos prático), e perguntamos a um funcionário da companhia aérea Azul (que nos vai transportar até ao Recife) o que se passa com os voos da Avianca. É aqui que recebemos a estrondosa novidade que este gigante da aviação no Brasil ficou com apenas 9 dos 41 aviões que tinha, pois, por ordem judicial, todos os restantes aviões ficaram penhorados por dívidas da companhia. Era por esta razão que a companhia estava a cancelar quase todas as suas rotas, deixando apenas os voos entre os quatro maiores aeroportos brasileiros (São Paulo/Guarulhos, Rio de Janeiro/Galeão, Brasília e Salvador) a operar com esses 9 aviões que restaram.

O reflexo imediato foi ver se tínhamos na nossa viagem algum voo operado por esta companhia ... e tínhamos. Tínhamos é o termo correto, pois fomos ao site da companhia (ainda na sala de embarque de Salvador) e descobrimos uma lista dos voos que iriam ser cancelados na próxima semana, e o nosso constava da lista. Foi então que nos pusemos a trabalhar em arranjar alternativas, enquanto estabelecemos contacto com o nosso seguro de viagem da Nomads (aquele que recomendámos nos últimos preparativos e que nestas situações não falha) para saber como proceder nesta situação. Arranjar uma solução demorou toda a nossa escala no Recife: enquanto uns faziam o check in das malas, outro estava no balcão da Avianca (junto a todas as câmaras de televisão que estavam no local, a fazerem entrevistas aos passageiros que esperavam uma solução da companhia) a pedir cartas de confirmação de cancelamento - exigidas pelo seguro para poderem fazer o estorno dos custos adicionais - que nos informaram que só as dariam no próprio dia do voo. Mas não só, pois só conseguimos finalmente arranjar voos alternativos (com a excelente Azul) nas duas primeiras horas depois de chegarmos a Fernando de Noronha, para onde voámos a seguir com a GOL.

Mas se a emoção já estava forte por causa da situação da Avianca e dos nossos voos, mais forte ficou quando chegámos para fazer o check in do voo Recife/Fernando de Noronha com a GOL e percebemos o caos instalado nos balcões de check in. É que devido às chuvas fortes da véspera nenhum voo da GOL tinha conseguido aterrar em Fernando de Noronha, pelo que todos os passageiros do voo do dia anterior estavam à espera de um lugar de última hora para poderem embarcar no voo desta tarde. O caos foi tanto que nem sentados no avião no nosso lugar ficámos sossegados, quando vimos dois passageiros serem levantados da fila da frente da nossa e conduzidos fora do avião (com as suas bagagens consequentemente retiradas) porque tinham emitido mais cartões de embarque do que lugares do avião.

Esta foi uma tarde de emoções fortes provocadas por duas companhias aéreas brasileiras: a Avianca que praticamente faliu e cancelou 80% dos voos no Brasil (e por consequência um dos nossos); e a GOL que depois do desastre no primeiro voo entre São Paulo e Cuiabá (que nos fez repetir o check in 5 vezes o que provocou a nossa perda do voo, com a consequente penalização), voltou a surpreender pela negativa fazendo check in a mais passageiros do que lugares no avião, criando assim situações que nunca tínhamos presenciado em tantos anos de viagens por todo o mundo!

E foi desta forma, com um avião a abarrotar e ansioso sobre a possibilidade de aterrar em Fernando de Noronha ou não (pois no dia anterior o voo da GOL tinha também levantado voo, tinha ido até à ilha, mas não tinha conseguido aterrar e tinha dado meia volta e voltado para o Recife), que chegamos à ilha de Fernando de Noronha.




A CHEGADA ATRIBULADA A FERNANDO NORONHA E O PARAÍSO GASTRONÓMICO DO XICA DA SILVA

Depois de aterrarmos num aeroporto que se resume a quatro salas (uma para pagamento da taxa ecológica obrigatória na entrada em Fernando, outra para recolher as malas, outra onde se faz a segurança e o embarque dos voos de partida e uma última onde estão os check in, os balcões das companhias e as poucas lojas do aeroporto), temos o nosso transfer à espera.

Este transfer foi organizado pela nossa pousada - a Alamoa - com um operador de excursões local - a Atalaia Tours. Metem-nos num autocarro com vários dos passageiros dos dois voos que chegam ao mesmo tempo, e explicam-nos que sabem que muitos de nós não temos excursões e que eles são o único operador de turismo da ilha. Em seguida explicam que quem não quiser pode não ir ver uma apresentação de um vídeo apenas 4 minutos e continuar no autocarro, mas quem for fica a saber mais sobre a ilha. Maior é o logro quando nos dizem que como fizeram os nossos transfers são responsáveis por nós durante toda a estadia na ilha e nos distribuem em questionário clínico para cada um de nós preencher (que é obrigatório) e levam-nos diretamente para o seu local das apresentações para o tal vídeo de 4 minutos.

Já incomodados com a situação, cansados de termos acordado perto das 6 da manhã em Salvador, stressados com situação do voo da Avianca (que à altura, ainda não estava resolvido), lá assistimos incomodados ao vídeo de 4 minutos, mas o que se seguiu foi uma autêntica surpresa: o nosso autocarro tinha desaparecido, com as nossas bagagens a bordo! Foi-nos explicado que afinal quem não fosse assistir ao vídeo, poderia ter ficado no autocarro, e então teria seguido para a pousada, e quem saiu do autocarro, agora tinha de ficar à espera que todos se despachassem com compras, dúvidas, palestras sobre os mais variados temas e excursões e só no final de tudo o autocarro iria levar todos, à vez, cada um à sua pousada. Foi a gota de água e foram então duas horas de espera para conseguirmos chegar à nossa pousada que estava a apenas 4 minutos de distância. Esta foi a recepção que tivemos em Fernando de Noronha e infelizmente foram de stress e indignação os primeiros momentos que vivemos neste autêntico paraíso na terra.

Mas lá chegámos à nossa Pousada Alamoa, onde nos pusemos imediatamente a resolver a alternativa ao voo da Avianca e só assim relaxámos o suficiente para irmos até ao mais famoso restaurante da ilha: o Xica da Silva.

Aqui tudo se tornou no que devia de ser: este restaurante, o mais afamado da ilha, é um verdadeiro paraíso de qualidade, bom gosto, coolness, boas caipirinhas e boa gastronomia. Foi aqui que decidimos passar a nossa primeira noite em Fernando de Noronha, a relaxar de todo o stress vivido, com uma caipirinha na frente, camarões panados com farinha de jejelim e cheviche de entrada e uma abóbora recheada com camarões e queijo gratinado acompanhada com arroz crocante e amêndoa tostada e batata palha como prato principal ... tudo absolutamente divinal, delicioso e confeccionado na perfeição.

Depois de todas as peripécias do dia, de todo o stress, este foi o final de dia perfeito, que finalmente nos fez perceber que estávamos num dos mais afamados paraísos na terra: a idílica ilha de Fernando de Noronha!