NOS TRILHOS DE VERA CRUZ | EM DIRETO - DIA 16



A CHEGADA AO RIO E AO HOSTEL

O voo que nos levou da Amazónia para o Rio de Janeiro foi da GOL, e apesar de não ter tido peripécias de assinalar foi muito curto para podermos descansar o suficiente.

Assim sendo foi com algum cansaço que chegámos ao Rio de Janeiro e ao nosso último alojamento da viagem: o muito cool Hostel Villa 25.

Situado em pleno bairro das Laranjeiras, mesmo entre Copacabana e Botafogo, este Hostal situa-se num exemplarmente recuperado edifício antigo, e num edifício novo que acrescentou área, charme e personalidade (e conforto) a todo o Hostel.

Independentemente de ser um Hostel, este Villa 25 tem quartos com casa de banho privativa e foi nesses mesmo que nos instalámos. Logo à chegada, apesar de matutina (pois eram 7 da manhã), e depois de pagarmos uma meia diária (que infelizmente nos cobraram, mesmo tendo o quarto disponível e vazio ... este foi o único aspecto menos simpático do hotel durante a nossa estadia) conseguimos entrar no quarto, onde não resistimos a descansar umas três horas antes de começar os passeios do dia.




A CIDADE MARAVILHOSA VISTA DO PÃO DE AÇÚCAR

Depois de descansarmos, foi já com outros olhos que vimos a cidade do Rio de Janeiro.

Se até aqui tínhamos uma pergunta latente nas nossas cabeças - "mas porque é que todos gostam tanto do Rio?" - e uma resposta unânime que não entendíamos bem - "porque é lindo!" - assim que percorremos umas ruas à saída do nosso Hostel, percebemos o que queriam dizer.

Sim os edifícios não são de uma arquitectura monumental, sim as ruas são caóticas e confusas, mas o avassalador cenário natural dos morros negros e verdes mesmo ali ao nosso lado, a imensidão de azuis do mar e do céu, a luz incrivelmente suave e a atitude urbana e simultaneamente de praia que se vive por toda a cidade, fazem do Rio de Janeiro, verdadeiramente a Cidade Maravilhosa que tantos cantam e aclamam.

Mas se os primeiros momentos de andar de carro na cidade foram de absoluta maravilha com o filme que passava do outro lado do rio, foi na nossa primeira visita que percebemos a magnitude e a escala esmagadora de toda a beleza natural do Rio de Janeiro: fomos até ao Pão de Açúcar.

Já tendo comprado o bilhete via Internet, a entrada foi verdadeiramente directa e sem paragens entre o Uber que nos transportou e o Teleférico que nos transportou para outra dimensão visual.

Imediatamente depois de sairmos da estação de partida, com a subida, primeiro até ao monte da Urca e depois até ao Pão de Açúcar em si, e graças a um céu limpo e a um sol radiante, percebemos toda a beleza natural do Rio.

Até onde a vista consegue alcançar os montes, a selva, os prédios e até as favelas formam um mosaico visual absolutamente hipnotizante e mágico, Não há palavras que possam descrever a emoção que sentimos ao ver aquela que talvez possamos considerar uma das mais belas vistas de cidade do mundo.

Não foi por acaso, que começámos por aqui a nossa visita ao Rio de Janeiro ... que imediatamente se transformou aos nossos olhos, na inquestionável cidade apaixonante e bela de que todos nos falaram antes!



AS SANDES DO CERVANTES DO LEME

Depois de umas horas hipnotizados pelas incríveis vistas do Pão de Açúcar, apanhámos de novo um Uber (sim, apesar de não termos dados móveis no Brasil, no Rio de Janeiro, em quase todos os locais onde fomos conseguimos sempre uma rede de WiFi aberta onde nos pudemos ligar e chamar um Uber) que nos levou até ao nosso almoço: o Café Cervantes do bairro do Leme.

Aqui nesta antiga instituição dos cafés cariocas, contactámos pela primeira vez com um rio rico em história e cultura. Sim, tal como o nome indica, este café é dedicado ao escritor espanhol e à sua obra mais emblemática: o famoso Dom Quixote de La Mancha. Assim não estranhamos quando nas paredes estão quadros do meados do século XX que ilustram os principais momentos desta mítica história.

Mas é no serviço à antiga dos empregados impecavelmente fardados e com uma técnica de serviço de mesa clássica e absolutamente irrepreensível que está grande parte do encanto desta casa. Tudo se passa como se num antigo restaurante estivéssemos, mesmo que o principal da carta sejam as suas famosas sanduiches de carnes com ananás.

Sim estas sanduiches de carne são famosas ... e depois de as provarmos, percebemos porquê.

Estas vêm descomunalmente servidas, e tendo nós pedido uma de pernil de porco e uma de rosbife, podemos atestar a sua qualidade incrível e a dimensão absolutamente gigantesca de carne. Mas é no ponto certo da confecção das carnes e com a sua original combinação com o ananás que está o seu elemento distintivo. Estas sandes são um dos clássicos gastronómicos do Rio de Janeiro ... e com toda a propriedade e razão!




O LONGO PASSEIO POR COPACABANA

Depois de um almoço com uma dimensão de carne tão impressionante decidimos que está na hora de irmos até à mítica (e muito perto) Praia de Copacabana.

É assim depois de almoço que chegamos à mítica praia carioca, e é durante um passeio que nos demora umas horas, que percorremos a famosa Avenida Atlântica e o seu icónico Calçadão.

Ao longo do nosso percurso vemos o imponente Copacabana Palace, o muito moderno Fasano Copacabana, os milhares de turistas que fazem praia e os milhares de locais que vendem souvenirs nas areias e na calçada, fazem jogging ou jogam voleibol de praia nos campos que existem ao longo da avenida.

Este é um passeio longo e cansativo, mas que nos deixa absolutamente rendidos ao magnetismo desta praia e à sua dimensão e contexto natural e urbano. Aqui sente-se um pulso muito próprio desta cidade cosmopolita e do mundo.




IMPANEMA - A PRAIA, AS COMPRAS E A GAROTA

Mas se gostámos de Copacabana pela sua diversidade e ecletismo, foi na praia seguinte que nos apaixonámos pelo espírito das praias cariocas.

No final da Avenida Atlântica virámos para dentro e fomos até à mais chique Ipanema. Aqui já com menos turistas, mas com uma praia menos concorrida e igualmente linda, decidimos que era altura de parar a longa caminhada e beber a nossa primeira água de coco da viagem.

Assim sentámo-nos num dos muitos quiosques da praia de Ipanema e pedimos os nossos cocos. A água de coco aqui no Rio de Janeiro, junto à praia tem outro sabor. É mais fresca (quer por o fruto ser mesmo fresco, quer porque este está dentro de gelo), mais saborosa e perante um final de tarde quente e com um céu maravilhoso como estava foi o momento refrescante perfeito.

Mas se há um local em Ipanema que vale a pena ir, é a Rua Garcia d'Ávila. Assim sendo fomos até lá e aqui permitimo-nos uma sessão de compras com muito estilo. Desde uma gigantesca e muito bem conseguida loja das icónicas Havaianas, até à mais selecta e cool Casa Ipanema, passámos o resto da tarde com sol nas compras.

Confessamos, não resistimos às incríveis lojas desta rua ... e foi cheios de sacos e depois de um pequeno passeio nocturno na margem da vizinha lagoa Rodrigo de Freitas, que chegamos ao mítico bar da Garota de Ipanema.

Aqui, nesta outra instituição cultural da cidade, damos descanso aos nossos pés que andaram quase sem pausas desde as 2 da tarde, e rodeados de sacos de compras e com uma música de Caetano Veloso de fundo, pedimos o famoso chope carioca e descansamos!



O JANTAR IMPROVISADO NA LANCHONETE CHIC

Depois de uns chopes, voltámos para o nosso confortável Hostel cheios de sacos, satisfeitos, mas cansados.

E como tínhamos dormido pouco durante a noite, e como andámos vários quilómetros debaixo de um calor abrasador (pois as temperaturas hoje chegaram aos 36ºC), decidimos deitar-nos para uma breve sesta antes do jantar.

Só que esta breve sesta acabou por ser longa e como ninguém acordou com os despertadores, perdemos o nosso jantar de churrasco carioca que tínhamos planeado. Assim, e como já acordámos perto das 23h, não nos restou outra hipótese se não fazermos o que todos os cariocas fazem quando querem comer tardiamente: irmos até ma lanchonete.

A nossa escolha recaiu sobre a famosa e muito chique Stalos. Assim, depois de uma breve viagem (pois o trânsito à noite diminui consideravelmente), chegámos a uma das lanchonetes mais chiques do bairro de Copacabana.

Localizada em plena Avenida de Nossa Senhora de Copacabana, esta lanchonete tem duas especialidades: os hambúrgueres de picanha e as pizzas. Ora se eram estas as especialidades, foram estas as nossas escolhas. E acertámos em cheio, pois a qualidade de ambas foi assinalável.

Comer pizza no Rio não seria a nossa primeira opção, mas na Stalos é uma opção de primeira escolha!

Como amanhã há mais cidade maravilhosa para visitar, foi com este jantar tardio que terminámos o dia de hoje.

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