E mais uma vez acordámos em plena cidade de Epernay, no muito prático e eficiente Confort Suites. E tal como no dia anterior, o nosso programa do dia começa com uma visita a uma cave de champagne. A eleita do dia é a icónica e muito glamourosa Moët & Chandon.
Localizada também junto ao centro da cidade, esta casa de champagne exala luxo, glamour e qualidade. A visita começa exactamente na antiga casa de Claude Moët (o seu fundador), onde percebemos a história da casa, a sua ligação a Napoleão Bonaparte (justificando assim o nome Imperial para o seu champagne Brut, que era o seu favorito, conforme nos explicam), a sua expansão na aliança à família Chandon e toda a trajetória da mítica casa, cujo nome se confundo com o champagne em si.
Depois de uma pequena introdução sobre o passado da casa, das duas famílias que a formam e a visita a algumas salas oitocentistas da Maison começa a visita às caves.
Quando se desce às caves percebemos que é uma zona de trabalho com dezenas de pessoas a andarem de um lado para o outro (muitas vezes em carrinhos ou em empilhadores) e que estamos mesmo no coração de uma estrutura de produção da casa ... mas com centenas de anos.
É durante o passeio a pé pelos largos e impressionantes túneis destas caves que nos explicam os segredos deste mítico Champagne. Desde as castas utilizadas, ao método de viragem das garrafas (pois o Champagne é o único vinho totalmente produzido nas garrafas que chegam a nossa casa ... pelo que quando abrimos uma garrafa de Champagne Francês estamos a beber um produto que ali se formou), passando pelos vários processos de fermentação, ou como eles afinam os lotes (uma vez que não há passagem do vinho pelos tonéis), até à especificação da bolha de gás do Champagne Moët & Chandon.
Se se pensa que a visita a esta casa não corresponde às expectativas, desenganem-se os que assim pensam, porque corresponde e ultrapassa. Aqui os dourados, o design sofisticado (desde as fardas, à sala de Provas, passando pelo saco que nos dão na loja, quando fazemos compras ... que obviamente fizemos) e o serviço personalizado são um verdadeiro luxo e tudo é cuidado ao mais pequeno detalhe. Mas o melhor está para vir e é a sessão de provas: numa sala privada para o grupo, o escanção da marca o guia e dois empregados servem o champagne para prova e depois, numa conversa personalizada entre cada um dos grupos, explicam diferenças entre os vários tipos de Couvets (ou gamas) da marca, dando recomendações mediante o gosto (e o eventual tipo de cliente que se apercebam que somos) de qual o Couvet mais adequado a cada um de nós. É uma experiência incrível e que nos fez render a toda esta região logo às 10h da manhã (que é a primeira visita do dia)
Rendidos à incrível visita da casa Moët & Chandon, percorremos durante pouco mais de meia hora. as estradas da famosa região de Champagne até à próxima paragem Reims. Diga-se que esta região (classificada como Paisagem Património Mundial pela UNESCO) é de uma beleza rara e verdadeiramente captivante. Desde os pequenos palácios no cimo das colinas, às pequenas aldeias e vilas todas espetacularmente arranjadas até ao ondulante tapete de vinhas e floresta que se estende até perder de vista, tudo concorre para um passeio espetacular. Mais ainda, conseguimos ter um sol generoso e abundante, o que fez toda a paisagem ganhar uma miríade de cores absolutamente única.
Mas se Epernay é conhecida como o coração de Champagne, é Reims que é a sua capital, e por isso fomos até ao centro da cidade onde, pelo meio de pequenos palacetes, casas de mais marcas de champagne (com destaque para a famosa Veuve Clicquot Ponsardin, ou para as mais desconhecidas, mas igualmente boas Taitinger e Ruinart) e palácios de antigas famílias nobres está uma pérola do património de França: a Catedral de Reims. Esta impressionante catedral, não só é um incrível exemplar do melhor gótico flamejante francês como ainda por cime tem a uns interiores absolutamente incríveis, pois eram aqui que eram coroados todos os reis de França.
Infelizmente a nossa visita aos interiores não pode ser bem feita, pois como é feriado religioso, o cardeal de Reims estava a celebrar uma missa especial à hora que chegámos. Mas ficámos a assistir um pouco à celebração e os cânticos em conjungação com o aparato de flores e panejamentos que estavam a engalanar a missa, os incensos que defumavam toda a catedral e todo que aquele cenário fizeram daquele um momento muito especial.
Depois de um momento tão especial como a missa na Catedral, saímos ainda a meio, e demos uma volta pelo centro da cidade. Passámos pela Ópera, pelo palácio da justiça e por várias ruas pedonais cheias de comércio ... fechado! Sim aqui em França, quando é feriado tudo fecha. Se já nos dias de semana os horários são bastante reduzidos e muito limitados, em dias de feriado, as ruas têm algumas pessoas a passear, mas têm 90% dos comércios fechados. Eé neste cenário que rumamos ao restaurante que elegemos para o nosso almoço em Reims: a Brasserie Excelsior.
Esta clássica Brasserie francesa fica localizada um pouco mais retirada das ruas pedonais do centro, e fica situada num muito bonito pequeno palacete do século XIX. É nas salas deste palacete de dois pisos que almoçamos e todo o menú, o serviço e a qualidade da carta são dignos de uma verdadeira Brasserie Francesa.
A nossa escolha recaiu sobre umas ostras, um fois gras e umas térrines de entrada, e depois os clássicos bifes com batatas dauphinoise. No final encerramos a refeição com uma tartlet de limão merengada. Tudo está excepcionalmente confeccionado, é maravilhosamente servido e tem um ambiente duma sofisticação clássica e muito familiar. Foi o almoço perfeito para continuar o luxo clássico do nosso dia. Mas como é óbvio o nosso dia de visitas não acabou aqui e voltámos ao carro e à estrada, para fazer mais uns quilómetros até ao nosso luxo seguinte.
A nossa paragem seguinte foi ainda mais a Norte, na cidade de Lens: o Louvre de Lens. Sendo um dos percursores desta nova moda de franchisação dos museus, o Museu do Louvre tem, desde 2012, uma nova casa, mas desta feita no Norte da França, em Lens.
Com projeto dos starquitetos japoneses SANAA, o edifício é de um minimalismo e de uma simplicidade aparente, absolutamente prodigiosa. Com o alumínio, o aço e o vidro como materiais base, este museu é uma obra de arquitetura absolutamente notável e que, por si só, vale a pena uma visita.
Mas no seu interior está também uma coleção permanente de uma qualidade inquestinonável. Não que as principais obras do maior museu do mundo tenham sido mudadas para Lens, mas as obras que foram escolhidas para esta exposição permanete são elas também de uma qualidade assinalável. De pintura a escultura, de mobiliário a artes decorativas, o museu tem uma coleção incrível e que estabelece um diálogo muito interessante com toda a arquitetura contemporânea do edifício.
Depois de uma visita demorada a este museu, decidimos ir até à costa da região de Pas de Calais, mais propriamente à pequena estância balnear do Canal da Mancha, para jantarmos e conhecermos um pouco do ambiente desta zona francesa.
Aqui as casas de veraneio são uma versão colorida e garrida, das conhecidas casas de estrutura de madeira aparente, que povoam todo o centro e norte do País. Assim é mesmo em frente à imensa praia e numa promenade de casas ultra coloridas que jantamos no muito popular JFK Pub. A especialidade da casa é a nossa escolha para o jantar e são Moules Sauce Moutarde avec Frites. Como é de esperar, esta especialidade está absolutamente divina. Com um cenário da Praia em frente, um pôr do sol em tons de vermelho e laranja e uns mexilhões que estão uma delícia (que acompanhámos com cerveja artesanal da região), este é o final de dia perfeito para este dia de luxo que tivemos.
É assim que terminamos o dia ... e voltamos a Epernay para descansarmos e nos prepararmos para mais um dia de visitas amanhã!
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