Acordamos em Paris, em Pleno coração do Marais, no nosso Hotel, prontos a começar o dia. Mas o nosso início de dia é obviamente o pequeno almoço.
Claro que este pequeno hotel não tem serviço de pequeno almoço, a não ser o serviço de quartos, por isso decidimos que, em vez de pedirmos o serviço de quartos, iríamos tomar o café à rua, num dos cafés do bairro. Assim pensámos e assim fizemos.
Não mais do que uma esquina e encontrámos um simpático café do bairro, que tinha menús de pequeno almoço, e que nos serviu, a preços aceitáveis, a famosa baguette com manteiga e doces, um sumo de laranja e um café, espantosamente, aceitável (quando se viaja é sempre um problema que temos é encontrar um café expresso que nos seja aceitável a nós portugueses, pois o nosso gosto de café é tão específico, que poucos são os locais que nos servem um café ao nosso gosto). É assim que começamos o dia cinzento que temos pela frente ...
O nosso primeiro destino é o mais óbvio: o Museu do Louvre. Assim com bilhetes na mão e hora marcada para entrar lá nos dirigimos à entrada preferencial do museu e passamos à frente da enorme fila que já se forma às 10.40h da manhã para entrar neste colosso cultural. Mais uma vez percebemos as vantagens de ter uma hora marcada para a entrada, é que assim escusamos de estar na enorme fila para a segurança da entrada da pirâmide e, como está a começar a chuviscar, é algo que verdadeiramente agradecemos.
Descemos e encontramos já um mundo de gente já lá dentro. Como eu conheço relativamente bem o museu, seguimos diretos à obra mais famosa de todas: a La Gioconda. Entramos na ala Denon, subimos a escadaria principal, passamos pela magnífica Vitória de Samotrácia (apenas a minha escultura favorita) e seguimos para a grande galeria de pintura italiana, e quando chegamos à porta que dava acesso à Gioconda ... está fechada, com um letreiro que a mudaram para a ala Richelieu (que é só do lado oposto do maior museu do mundo). Claro que isto motiva alguma reorganização da estratégia de visita e decidimos fazer então a volta pela ala Sully até à ala Richelieu.
Só que depois de passarmos por uma espetacularmente renovada ala Sully (que nem sabíamos que tinha sido toda refeita), onde pudémos ver algumas obras primas como o Escriba Sentado ou os portões Mesopotâmicos, percebemos que a ligação entre a ala Sully e a ala Richelieu foi cortada, e que temos de sair até à pirâmide para conseguirmos entrar. Assim o fazemos e percebemos que é na pirâmide que começa uma fila para ver a La Gioconda. A fila anda rápido, mas é enorme, pelo que esperamos pelo menos uma meia hora para conseguir chegar ao segundo andar da ala e entrar na sala da famosa pintura de Leonardo Da Vinci. Mas o sistema está verdadeiramente bem feito, pois apesar de estas serem umas instalações temporárias (como percebemos ao chegar, pois o quadro está numa vitrine à prova de bala em frente aos outros quadros da sala), todos consegue ver de perto (ou pelo menos sem ninguém à frente) a mais famosa pintura de todo o mundo. Demorámos, mas conseguimos!
E já que estamos aqui na ala Richelieu, seguimos em direção ao Café Richelieu (também ele explorado pelos mesmos do Angelina de Versailles) para almoçar. Chegamos e não encontramos fila nenhuma (pois pelos vistos todos os visitantes evitam a ala Richelieu por causa desta fila imensa na única entrada possível da ala) e sentam-nos. Com alguma decepção percebemos que a carta é igual à que tinha o Palácio de Versailles, mas ainda por cima mais reduzida, pois os pratos mais elaborados não estavam disponíveis no Louvre. Mas como estava tão bom lá, decidimos repetir alguns pratos e experimentar outros.
Ora se o almoço em Versailles correu maravilhosamente, no Café Richelieu, foi exactamente o contrário. Os pratos que em Versailles estavam deliciosos, aqui estavam sofríveis, e os pratos novos que pedimos estavam quase ao ponto de serem enviados para trás (uma salada com anchovas e queijo azul, não tinha nem umas nem outro ... e nem uma palavrinha foi dada, ou um pedido de desculpas). Salvaram-se uns ovos Benedict e uns Raviollis ... e mesmo assim não estavam fabulosos.
De facto o tempo passa e um dos melhores locais para comer dentro do Museu do Louvre tornou-se num mau local para almoçar. Se as salas continuam lindíssimas, o serviço desaparece e a cozinha é no mínimo incompetente. Os preços ... esses, infelizmente e inexplicavelmente são superiores aos de Versailles, o que faz de toda a experiência um autêntico flop (o primeiro da viagem ... mas tem sempre de haver um numa viagem, e na nossa foi este).
Depois deste almoço, visitámos mais umas salas, descemos até à pirâmide e saímos pelo Carroussel do Louvre, que continua um autêntico centro comercial de qualidade, com lojas boas, e uma excepcional oferta de food court ...mas já tinhamos almoçado e portanto ... saímos em direção à próxima visita. o Ópera Garnier.
Este é um dos monumentos mais icónicos da cidade de Paris, e, como acontece em todos, não se espere pouca gente. No entanto, tal como acontece nas restantes visitas, também esta está organizada de forma a que se consegue ver tudo, ao nosso ritmo, com calma e a atenção que cada um deseja.
Assim passamos as próximas duas horas a maravilhar-nos com a famosa escadaria, o grandioso Salão Nobre, ou a elegante Sala, tudo sem esquecer os corredores e as salas anexas. É uma visita a um edifício cuja aquitetura é impressionante, esmagadora e de uma beleza incomparável.
Já a tarde vai avançada e quando saímos da Ópera Garnier, decidimos dedicar o resto do nosso tempo a passear nesta zona dos Grand Boulevards. Desde a Place de la Madelaine, e do seu icónico Fauchon, até às Galeries La Fayette, nada nos escapou.
Fomos passeando, sentando em esplanadas (quando chuviscava, pois apesar de calor os chuviscos eram periódicos, mas as esplanadas aqui em Paris são cobertas exactamente por causa disto) e fazendo algumas compras.
Como estamos na capital da moda, obviamente que não resistimos a uma pequena e singela sessão de compras. Assim desde o traiteur Fauchon, passando pela muito popular Uniqlo, até às trendy Galleries La Fayette, conseguimos passar por várias lojas e demorar-nos o resto da tarde. Assim foi com sacos que voltámos ao hotel, para nos arranjarmos para o jantar e programa desta noite.
Compras no hotel, descansados e de duche tomado, arranjados saímos para o nosso restaurante parisiense de hoje: o discreto Café des Abattoires. Este restaurante, conforme o nome indica, é especializado em carnes e situa-se junto à muito chic e central zona dos Grands Boulevards.
Assim o nosso jantar de hoje é, obviamente carne. Mas não se pense que há apenas vaca, porco e frango, pois no menu existe veado, javali e caça. Assim cada um escolhe uma carne diferente por forma a todos provarmos. Mas para além da qualidade da carne (e dos pontos certos em que cada uma veio), a grande surpresa está no ambiente calmo e familiar deste local (que apesar de muito trendy, conserva uma atmosfera muito acolhedora) e no excepcional serviço, com os empregados de uma simpatia extrema, sem ser exuberante, e surpresas da cozinha aos clientes, como foi a oferta das entradas (um gaspacho maravilhoso, um humús excelente e uns mexilhões à marinheira divinos). Tudo foi perfeito, e foi um verdadeiro jantar digno da capital da gastronomia mundial. Melhor que tudo foi o preço muito equilibrado no final, o que fez deste um dos melhores jantares da viagem.
Ora como tinha deixado de chover, decidimos que era hora de explorar um pouco mais a zona, e passear entre a vizinha Place Vendôme até à mítica sede da Chanel, em plena Rue Cambom. Mas o final da noite foi mesmo a meia noite na Torre Eiffel, pois sem chuva e como um de nós fazia anos à meia noite, era o local perfeito para estar e ver este impressionante monumento a brilhar como que a celebrar o aniversário que estava a começar. Foi uma noite perfeita, para um dia excelente de um Paris eterno que é lindíssimo e tem tanto para visitar!
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