A casa que hoje trazemos situa-se em Cascais e nasce da mente do arquiteto Marco Ligeiro: a Casa dos Esquiços.
Um dos maiores desafios desta reabilitação foram as dimensões reduzidas do lote e a envolvente consolidada, assim sendo, a relação entre escala e proporção foi desde o início um compromisso. Recorrendo a uma linguagem depurada com pormenores de contemporaneidade que resultam de uma reinterpretação da linguagem e das matérias aplicadas tradicionalmente na vila de Cascais, o edifício ergue-se de forma uniforme na frente rua, mantendo a identidade cascalense e as linhas originais, respeitando o imaginário da envolvente.
A edificação funciona em quatro níveis diferentes, três deles unidos por uma escada que se afirma como peça escultórica que faz parte do percurso arquitetónico; esta escada é inicialmente contígua ao mobiliário mas, conforme a ascensão, vai se desligando e tendo uma aparência mais leve, permitindo uma relação mais permeável entre os níveis. De forma a haver um maior aproveitamento de espaço e luz, as áreas são bastante amplas, especialmente no piso 1, ao nível da rua, onde o espaço é completamente aberto, criando a sensação de amplitude e beneficiando em termos de áreas úteis. Nos pisos intermédios desenvolvem-se quartos e casas de banho, sendo o terceiro piso dotado de uma varanda recuada, que permite o acesso ao último nível, onde encontramos um terraço, resultado da subtração de matéria, “escavado” na cobertura inclinada tradicional.
Esta é uma remodelação inteligente, de bom gosto e muito bem pensada ... e como gostamos de inteligência, bom gosto e bom planeamento ... partilhamos!
Fotos: Ivo Tavares
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