Como sabem gostamos bastante de viajar, e não dispensamos umas viagens curtas no meio dos meses para aliviar a carga de trabalho e o stress do dia a dia. Assim, no feriado passado do 1 de Novembro fomos aproveitar um dos novos destinos deste ano da TAP: Tenerife.
Esta ilha situada em pleno arquipélago espanhol das Canárias, fica mais abaixo da Madeira e por isso tem temperaturas e um clima, bastante mais quentes do que a nossa ilha paradisíaca da Macaronésia (área geográfica da Madeira, à qual as canárias também pertencem).
Foi com bom tempo no horizonte e previsões de temperaturas entre os 23 e os 30 graus centígrados que nos metemos no avião em Lisboa para depois de um voo de pouco menos de três horas, chegar a este paraíso à beira da costa africana, em pleno Oceano Atlântico.
Depois de recolher malas e de apanhar o carro que alugámos, rumámos até ao alojamento que escolhemos: a Casa Rural de Arona. Diga-se que Arona é uma pequena e tranquila vila nas montanhas que rodeia a frenética e muito turística Playa de Las Américas (o principal hub turístico da ilha). Assim é a pouco mais de 10 minutos da grande agitação que se encontra o paraíso desta Casa Rural. A casa é linda, antiga, com um estilo rústico de casa da aldeia, mas muito bem recuperada e os pátios têm jardins de cactos e suculentas absolutamente lindíssimos. O ambiente da casa é familiar, a descontracção e a calma reinam e a decoração minimal e as paredes brancas em contraste com as madeiras do mobiliário, fazem de todo o ambiente algo muito relaxante e bastante sereno.
Mas como já era hora de almoço deixámos as malas nos nossos quartos e fomos até ao primeiro destino do dia: o Guachinche El Cordero. Este autêntico templo de gastronomia popular, situa-se a pouco mais de 20 minutos de carro da Casa Rural e é um imenso espaço coberto, com plantas enormes que fazem a magia do espaço (transformando todo o ambiente num imenso jardim) onde a agitação e o profissionalismo do empregados, transformam num restaurante muito eficiente e perfeito para o ponto de partida deste nosso fim-de-semana em Tenerife.
Este restaurante é enorme e serve uma multidão de clientes, mas por incrível que possa parecer, tudo acontece muito eficiente e rapidamente. Assim chega à nossa mesa em poucos minutos, as deliciosas iguarias canárias que pedimos. Pedimos apenas tapas, mas a casa tem uma extensa carta de grelhados também ... e é aqui que começamos a perceber que o Coelho é uma das iguarias locais. Claro que não conseguimos resistir ... e estava tudo Absolutamente Maravilhoso. Mas o melor ficou guardado para o final: a conta bastante económica.
Ora depois deste repasto absolutamente digno de um bom almoço gourmet em versão popular e ambiente de férias, seguimos o nosso percurso para o Parque Nacional do Teide. Este parque natural situa-se em torno do vulcão que se ergue magestaticamente no centro da ilha, como que de um marco no meio do oceano se tratasse.
Pela altitude, pela composição do solo (paisagem absolutamente de rochas vulcânicas) e pela falta de água que reina nestas paragens, a paisagem e absolutamente bela. O seu carácter tectónico, as suas cores de castanhos e amarelos, e a sua austeridade em termos de vida natural, contrastam em absoluto com o mar e o céu azul que se descobre em cada perspectiva. Com uma estrada difícil (por ser cheia de curvas), mas absolutamente mágica, toda a nossa tarde (até ao anoitecer) foi passada neste ambiente quase lunar, com um quê de estranho e exótico, mas deslumbrante na sua dimensão e na sua estética rigorosa e brutalista. Este é um passeio absolutamente obrigatório, que pela sua beleza e pelo seu explendor, é um absoluto must go em Tenerife.
Mas depois de subir a mais de 3500m de altitude e depois de descermos, decidimos que era hora de fazer um passeio nocturno (e antes de jantar) na capital da Ilha - Santa Cruz de Tenerife.
Esta é a maior cidade da ilha e é uma cidade portuária com um pequeno centro histórico, não muito conservado, mas com bastante movimento nocturno, ora não fossem os 23º que se faziam sentir às 20h. Assim as esplanadas estavam cheias e o comércio, junto à Plaza de España, está todo aberto até mais tarde. Foi aqui que demos um passeio antes de jantar e vimos por fora alguns dos edifícios notáveis da cidade, com destaque para a discreta, mas bela Igreja de São Francisco de Assis (uma autêntica jóia no meio do agitado centro histórico).
Mas de volta à região Sul da ilha (onde fica a nossa Casa Rural), parámos para jantar na muito aclamada Tasca Tierras del Sur. Há quem diga que este é um dos melhores restaurantes autênticos da ilha e foi com muita sorte que, sem marcação, conseguimos uma mesa para jantar, pois estava todo o restaurante reservadíssimo há meses, informou-nos o simpático dono quando chegámos ("mas como tive uma desistência e como são portugueses, eu vou arranjar-vos uma mesa" ... e assim foi).
Situada na pequena vila de montanha Granadilla, este templo da gastronomia canarina é super discreto por fora, mas por dentro tem na sua decoração rústica sofisticada um dos seus grandes trunfos. Mas o principal trunfo é o menú e a carta de vinhos locais. Este foi um jantar ais sofisticado do que o almoço, com um milfolhas de bacalhau e um flã de tomate e basílico a arrebatarem o destaque das tapas que pedimos. Foi um jantar exemplar, e que mais uma vez surpreendeu pela positiva na hora da conta, pois voltou a ser bastante acessível para a excepcional qualidade que tem o restaurante (um pouco mais caro do que o almoço, mas igualmente acessível, e a comida servida era verdadeiramente gourmet).
Foi assim que terminou o nosso primeiro de dois dias em Tenerife, com calor e frio (quando subimos ao vulcão), com excelente comida e paisagens lindíssimas. Foi um dia em grande ... e amanhã promete ainda mais!
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