GIRO AL NORTE | EM DIRETO - DIA 3




ARRIVEDERCI FIRENZA, CIAO PISA

Esta foi a nossa última noite na delicada cidade de Florença, pois logo a seguir ao pequeno almoço, voltamos à estrada e rumamos ao nosso próximo destino: a vizinha cidade de Pisa.

Pelo caminho, entre autoestradas e estradas regionais, apreciamos a magnífica paisagem da famosa região da Toscânia, onde as paisagens cultivadas pontuadas por villas rodeadas de ciprestes, são uma constante. Apesar de ser inverno, é uma região lindíssima, e que faz falta percorrer de carro, passar pelas pequenas terras e apreciar o seu ritmo e estética de vida.

É neste contexto que chegamos a Pisa, cidade conhecida por apenas uma coisa: a sua famosa torre inclinada. É para lá que nos dirigimos logo à chegada, e ´r com muita sorte que encontramos um lugar de estacionamento, mesmo a 100m da entrada da zona monumental. Esta nossa chegada foi absolutamente perfeita, tal como foi a nossa subida à icónica torre (que comparativamente à subida da torre de Florença, na véspera, foi "brincadeira de meninos"), ou a nossa visita à catedral. Tudo decorreu sem filas, sem esperas e sem multidões de turistas. O único detalhe menos perfeito foi a multa que encontrámos no para brisas do nosso carro de aluguer, pois excedemos os 30 minutos de parqueamento permitido na zona onde deixámos estacionado o nosso carro ... mas enfim, isso foi apenas um detalhe.



A CIDADE GOURMET

Recolhemos a multa para depois pagar via internet, e seguimos para a nossa paragem de almoço: já na cidade de Parma. Pouco depois de 60 minutos de estrada chegamos a esta famosa cidade e deparamo-nos com um sinal da UNESCO que nos informa que estamos a entrar numa região classificada pelos seus produtos gastronómicos. Concluímos que escolhemos bem a nossa paragem de almoço. Mas melhor ficamos impressionados quando chegamos ao local onde decidimos almoçar: a Salumeria Garibaldo.

Esta loja gourmet faz juz à classificaçao da cidade como património da humanidade pelos seus produtos e cultura gastronómica. Assim aqui decidimos não só provar alguns dos pratos que aqui se servem (pois esta loja tem também uns quantos lugares para comer sentados e confortáveis), mas também fazer algumas compras de alguns produtos gourmet, nomeadamente de queijo parmesão (com várias curas) e de presunto de Parma.

Graças à simpática empregada da loja, ficamos a saber que um queijo parmesão deve ter no mínimo 6 meses de cura, e que só a partir dos 24 meses deve ser ingerido como queijo (antes disso deve ser apenas utilizado e cozinhados), pois todo o leite só perde a lactose a partir desta cura. Este é verdadeiramente um queijo especial e uma verdadeira maravilha gastronómica apurada ao longo de décadas de saber.





BOLONHA A CIDADE DO DESIGN, DO BALSÂMICO E DE PAVAROTTI

Depois da nossa pausa para almoço seguimos estrada fora, já com o tempo contado, para chegarmos à cidade que se segue: Modena. Aqui nesta cidade nasceram três símbolos da cultura mundial: a Ferrari, o Aceto Balsâmico e Luciano Pavarotti.

É por esta ordem que decidimos conhece-los um pouco melhor. Assim a nossa primeira paragem é no Museu Casa Enzo Ferrari. Aqui celebra-se o nascimento desta incontornável marca da identidade italiana, e principalmente o trabalho e o legado de automóveis e de design do seu fundador. Tendo sido aqui a primeira fábrica da marca, o Museu divide-se entre o original edifício da fábrica e um moderno e muito estilizado edifício. Se no primeiro estão os motores e as maiores maiores façanhas na F1 da marca, já no segundo está uma exposição que nos leva numa viagem pelos mais distintivos modelos da marca, desde o seu início até ao mais recente protótipo apresentado. Mas o mais divertido está no final da visita: um simulador de F1 onde se pode conduzir um Ferrari F1, em qualquer pista do actual campeonato mundial. Esta é sem dúvida uma visita que recomendamos a todos os nossos leitores.




Ora saídos do museu, ligámos ao nosso amigo Alberto (a quem muito agradecemos tudo o que nos fez e explicou), que se ofereceu para nos mostrar a sua cidade natal, e vamos até ao centro histórico a pé. Pelo caminho o nosso cisserone vai-nos explicando os vários edifícios notáveis a cidade, desde a academia militar, até à catedral ou à pequena capela. Mas a nossa tinha um destino: a loja gourmet mais antiga do mundo, ainda em actividade - a Giuseppe Giusti que foi fundada em 1605.

Especializada em Aceto Balsâmico, esta loja é o local perfeito para, com sofisticação e requinte ficarmos a saber tudo sobre este produto tão especial. Por exemplo ficamos a saber que um cada lote de Balsâmico tem um número determinado de anos de envelhecimento em barris, e que o que o distingue do vinho é que o sumo de uvas é cozido e aquecido de forma a evaporar o álcool. Ficamos ainda a saber que há regras específicas para poder produzir tal néctar gastronómico, como por exemplo que o mínimo de anos que um Balsâmico pode ficar nos barris são 6 anos, e daqui pode ir até mais de 100 anos. Pode também ser aromatizado com diversas coisas, sendo os mais requintados com figos e trufas, mas que estes só podem ser feitos com os produtos da época, daí os bons acetos aromatizados serem tão raros e caros. Na Giuseppe Giusti o Aceto Balsâmico é tratado como ouro, e de tão precioso que se torna, toda a loja está repleta de raridades e de produtos embalados e mostrados como se de uma ourivesaria se tratasse.




O JANTAR TÍPICO E A DESPEDIDA COM O LUCIANO

Já com vários sacos de Balsâmico na mão rumamos ao nosso local de jantar (escolhido pelo nosso precioso Alberto): a muito típica Trattoria Giardinetto. Localizada em pleno centro histórico, numa das mais discretas praças desta requintada cidade, está esta trattoria especializada em pratos regionais de Modena. Claro que todo o menu do jantar (vinho incluído) é escolhido pelo nosso anfitrião, mas tudo estava absolutamente divino: desde a muito típica entrada de Gnocco e Tijelle, passando pelo incrível Filetto di Manzo al Balsamico, ou acabando no clássico doce Zupe Inglese, tudo estava absolutamente irrepreensível.

Foi um jantar fenomenal, mas faltava ainda prestarmos homenagem a um dos símbolos da cidade: Luciano Pavarotti. Assim foi no meio de uma nublina intensa e persistente que, no caminho de volta ao carro, passamos pela discreta, mas muito realista estátua de homenagem ao imortal cantor lírico da cidade. É com esta nota de cultura que terminamos a nossa visita a Modena e que nos fazemos de novo à estrada (deixando o nosso incrível anfitrião em sua casa) e vamos até ao nosso destino final de hoje: a cidade de bolonha e o simpático e muito charmoso hotel Pedrini.

É aqui que pernoitamos hoje, para amanhã nos dedicarmos a explorar mais esta famosa e muito icónica cidade italiana1

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