A BASÍLICA DE SAN MARCO E O ÚLTIMO CAFÉ VENEZIANO
Esta nossa manhã, a última aqui na cidade de Veneza foi ocupada a refazer as malas, a tomar o pequeno almoço, fazer o check out do nosso excelente e barato hotel San Moisé e a visitarmos talvez o último dos monumentos venezianos que nos faltava: a monumental Basílica de San Marco.
Esta incrível igreja católica, de estilo romano bizantino, pela qual passámos todos os dias a várias horas do dia e da noite, tem uma arquitetura muito própria e única. Mas é no seu interior que tem o seu maior tesouro: um impressionante conjunto de mosaicos e obras religiosas de estilo bizantino, que combinam exotismo com riqueza, equilíbrio com simplicidade, subtileza com luxo. É uma visita muito particular e que não poderíamos deixar de fazer nesta nossa passagem pela cidade flutuante.
Ora estávamos nós a sair da visita da belíssima basílica, quando um telefonema de um amigo português (preocupado connosco) nos alerta para um desastre de comboio que houve à chegada a Milão (o nosso destino final de hoje), alertando-nos também para que há perturbações nos horários dos comboios com destino a esta cidade. Como esta tarde vamos apanhar um comboio com destino a esta cidade, decidimos ir mais cedo para a estação de Veneza Santa Lucia para ver se há problemas com o nosso comboio e se precisamos de ter um plano B para esta viagem.
Mas antes de nos metermos a caminho, fazemos uma última paragem num dos locais míticos da cidade: o Café Florian. Esta instituição dos cafés venezianos, situado em plena Praça de San Marco, tem nas suas salas umas das mais bonitas salas de café do mundo. É aqui que nos despedimos da Veneza turista e rumamos então para o hotel a apanhar as nossas malas (que lá tinham ficado na recepção logo de manhã) e vamos apanhar o último vaporeto desta viagem.
O ALMOÇO POPULAR E A VIAGEM TRANQUILA
Mal chegamos à estação dirigimo-nos às informações, que nos esclarecem que as perturbações que existem é noutra linha de acesso a Milão e não na nossa, pelo que o nosso comboio partirá a horas e sem problemas.
Ora como temos algum tempo até à hora de partida do comboio (cerca de 2h30m), uma longa viagem pela frente e hoje o jantar programado é bastante tarde, decidimos ir almoçar rapidamente a um dos locais mesmo ao pé da estação de comboios: a Dalla Marisa.
Aqui chegados percebemos que estamos noutra Veneza que ainda não tínhamos conhecido: a popular. O restaurante tem apenas 13 mesas, está totalmente apinhado de italianos das mais diversas profissões e idades e o barulho que reina é de um autêntico local familiar e de bairro, onde quase todos se conhecem, mas todos se sentem em casa. Depois de 10 minutos de espera no exterior (pois era impossível esperar no interior, de tal forma estava cheio o restaurante) chamam-nos para nos sentarmos numa mesa que repartimos com dois jovens estudantes da universidade que fica mesmo ao virar da esquina. Não há carta, os pratos são-nos ditos pela empregada assim que nos sentamos na mesa e a nossa escolha foi pasta com molho de tomate e basílico e parmesão. Este é um clássico e muito popular prato, que decidimos provar num dos mais populares locais que estaremos nesta nossa viagem (temos a certeza, pois nada será mais popular do que isto) e estava divinalmente feito e excepcionalmente bem servido. Quando saímos da estação de comboios tínhamos 1h.20 minutos para almoçar, pois os 10 minutos de caminho para cada um dos sentidos, os 10 minutos de espera e o tempo da nossa refeição (a mais barata até ao momento nesta viagem, e uma das mais saborosas) não ocuparam todo esse tempo.
É assim que embarcamos no confortável e muito tranquilo e pontual comboio que nos leva até Milão, onde esta noite nos aguarda um dos pontos mais aguardados desta viagem: uma ida à Ópera no único Scala de Milão!
A ÓPERA NO SCALA DE MILÃO
Foi a horas que o comboio chegou à Stazionne Centralle de Milão e foi a horas que chegámos ao nosso hotel (excelente por sinal, mas dele falaremos melhor amanhã), mesmo a tempo de nos vestirmos e prepararmos para o programa que se seguiu: Il Trovatore no Scala de Milão.
Duas horas e meia de pura ópera, com uma encenação polémica e com uma abordagem nova a esta obra prima de Giuseppe Verdi. Boas vozes femininas (pena que as masculinas não estivessem perfeitas desde o início) a magia de um teatro centenário e mítico da ópera mundial, e um serviço de acompanhamento pelo staff do teatro absolutamente irrepreensível. Esta foi uma noite digna de ficar na memória de todos nós e foi um dos pontos altos desta viagem!
Mas claro, a seguir à Ópera, tínhamos de jantar e portanto rumámos até ao Anche e plena Via Oxilia e deliciámos-nos com uma verdadeira Pizza milaneza, diferente, substancial, mas verdadeiramente deliciosa. Não poderíamos vir a Itália e não comer pizza e este restaurante foi a perfeita abordagem a este prato tradicional italiano, pois estava muitíssimo bem feita, e tinha um twist moderno e diferente.
Gostámos muito ... e reconfortados com esta noite de luxo, viemos para o hotel para descansar e preparar-nos para um dia cheio de locais incríveis que nos espera amanhã!
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