11:00 DESPERTAR NO ANTIGO MOSTEIRO
É verdade: o Decumani Hotel de Charme é um verdadeiro oásis no meio do centro histórico da cidade de Nápoles.
Com as suas paredes grossas, as suas salas e pátios antigos, e os seus espaços monumentais, a tranquilidade que aqui se vive contrasta completamente com o bulício que se passa no seu exterior. É um verdadeiro local de tranquilidade, e que muito nos agrada, não só pela sua calma, mas também pela sua beleza.
Quer nos quartos, quer nos espaços comuns, quer no serviço dos muito amigáveis funcionários, tudo está perfeito para que este hotel tenha sido uma escolha perfeita para esta cidade. Mas há ainda todos os cuidados que este hotel está a tomar por causa da COVID19, que além de incluir máscara obrigatória em todos os espaços comuns do hotel, passa também pelo buffet de pequeno almoço que é servido pelos próprios funcionários do hotel e implica que tenhamos hora marcada para irmos para a monumental sala de refeições.
Este foi o primeiro hotel da nossa viagem, mas escolhemos bem e sentimos-nos completamente seguros.
14:00 A MUITO POPULAR NÁPOLES
A cidade de Nápoles é a terceira maior de Itália e tem, na sua região metropolitana, mais de 4,5 milhões de habitantes, pelo que há muita gente na rua, muito trânsito caótico e, sobre tudo, muitas tradições populares, ligadas à gastronomia e à sua história.
Assim esta manhã decidimos ir até um dos mercados mais emblemáticos da cidade: o da Via La Pignasecca. Este é o principal mercado de rua do centro histórico da cidade e um dos mais tradicionais para a compra de peixe. Assim que entramos nos famosos Bairros Espanhóis (como se chama a zona onde se situa o mercado) percebemos que chegámos a outra realidade. O mercado é numa das mais centrais e mais características ruas desta zona do centro histórico de Nápoles, e é no meio da azáfama de pessoas a regatear, comprar e passear que encontramos as famosas bancas de legumes, frutas, carne e peixe do mercado. Tudo tem uma vida própria, a compra é como um bailado coreografado instintivamente pelos intervenientes que se entendem sincronizadamente entre discussões de preço e a escolha do peixe e marisco mais fresco (alguns estão mesmo vivos), e no meio do aparente caos reinante, há uma harmonia popular, cultural e tradicional, muito viva e vivida.
O início da nossa manhã é passado no mercado a apreciar o ritual, as cores, as texturas e toda uma tradição e cultura popular viva que se desenrola perante nós, indiferente à nossa observação e com uma força serena, mas magnética o suficiente para nos prender. Mas num dos extremos do mercado encontramos o Funicolare di Montesanto, e decidimos subir. É rápido, simples (se bem que a compra dos bilhetes é feita no quiosque de jornais e não nas máquinas de bilhetes no local, pois estas estão avariadas... Nápoles no seu melhor, pois aqui tudo se resolve, mas de uma forma muito própria e nem sempre a mais directa ... mas resolve-se) e é em poucos minutos que chegamos ao topo de uma das colinas que circundam o centro histórico da cidade.
Em Montesanto, e porque o tempo é pouco, damos apenas uma volta no Castel Sant'Elmo e vamos rapidamente até ao Mosteiro de San Martino, onde não entramos, mas onde começa a descida monumental de volta para o mercado de La Pignasecca, mas desta vez a pé: pela famosa, pitoresca e muito panorâmica Via Pedamentina di San Martino. Ao longo de toda a descida, as vistas da cidade de Nápoles com toda a sua imensidão que se estende até ao mítico vulcão Vesúvio são incríveis, e valem bastante a pena a descida.
Depois da descida, e antes de voltarmos ao carro, decidimos almoçar um dos delicioso cartuchos de peixe que se vendem no mercado (absolutamente o melhor peixe frito que se pode imaginar), comer um Baba à napolitana numa das pastelarias do mercado, passar pelo largo de Gesù Nuovo (e ver a espectacular igreja quinhentista) e voltar ao hotel para apanhar o carro e rumarmos às visitas desta tarde.
17:00 A TARDE NAS CIDADES RUÍNA: HERCULANEUM E POMPEIA
Nápoles é uma cidade que está plantada na baía à beira do poderoso e muito omnipresente Vulcão Vesúvio, e este é conhecido pela sua actividade e, essencialmente, pela sua erupção que destruiu duas cidades romanas: Pompeia e Herculaneum. São estas duas cidades ruína que vamos visitar nesta tarde.
A cidade de Herculano (o seu nome contemporâneo) é a mais próxima de Nápoles e portanto, é a nossa primeira paragem. Com um calor absolutamente arrasador, e sem uma sombra de misericórdia à vista, a cidade romana de Herculano está totalmente inserida na malha urbana da actual cidade de Herculano e tem uma dimensão muito menor do que a sua visinha (e mais famosa Pompeia).
Na realidade esta é uma visita difícil por causa do calor que se faz sentir, mas não fora isso, bastante agradável, pois a cidade tem uma dimensão pequena e, como era bem mais rica do que Pompeia, conseguem-se ver alguns tesouros arqueológicos bastante interessantes. Das múmias, aos frescos, das jóias e vidros encontrados (expostos nas galerias da entrada) às ruas e e praças da cidade, a visita é uma excelente introdução à cidade que se segue: a grande Pompeia.
As ruínas da antiga cidade romana de Pompeia são algo muito especial essencialmente pela sua dimensão gigantesca. A visita à cidade é difícil pelo calor que se faz sentir, pelas extensões enormes que temos de andar de ponto de interesse em ponto de interesse, e pela falta de sombra ou de zonas de descanso. São mais de três horas que passamos em Pompeia, e temos a noção que não vimos nem metade ... mas o cansaço apodera-se e saímos do parque arqueológico com a frustração de não termos visto tudo. Mas parte da frustração deve-se também ao facto de muitas casas estavam fechadas (desculpa oficial é sempre a COVID19). Enfim ... cansados e com um misto de emoções saímos de Pompeia.
Mas valeu a pena a visita, pois é inesquecível a sensação e a ideia de estarmos a andar por uma cidade romana autêntica, pisar as pedras que pavimentam as ruas onde há milhares de anos passavam gladiadores e centuriões, é marcante perceber a glória e sofisticação que este império que nos propusemos visitar atingiu, e a forma fulminante como um vulcão (sempre presente na paisagem) destruiu em poucas horas uma imensa cidade de mais de 20.000 habitantes. Se ainda hoje já é uma dimensão considerável, naquela altura do século I DC, é ainda mais significativa, e com a erupção do impressionante Vesúvio, tudo acabou num muito curto espaço de tempo.
22:00 A FORMOSA SORRENTO
Depois de uma tarde a visitar duas das ruínas mais impressionantes deste Império Romano, pelo qual estamos a viajar, nesta terceira fase da nossa viagem, seguimos até à ponta sul da baía de Nápoles e visitamos a muito formosa cidade de Sorrento.
Conhecida zona balnear, esta cidade tem um ambiente urbano muito próprio, que cruza o espírito de descanso e férias na praia com a sofisticação e a urbanidade de uma cidade. É uma mistura interessante e que resulta numa visita muito agradável para encerrar este dia tão recheado. Mas claro que o dia não podia terminar sem jantarmos aqui mesmo no centro de Sorrento, os famosos Gnocchi alla Sorrentina. São absolutamente deliciosos, bem como os gelados do famoso Primavera.
São duas visitas imperdíveis em Sorrento, e é assim que terminamos o dia e voltamos a Nápoles, pois amanhã as nossas visitas a este encantador sul de Itália continuam a bom ritmo.
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