2 ILHAS E 1 IMPÉRIO | EM DIRETO - DIA 8

10:30 UM ACORDAR CLÁSSICO

Mia um dia que dormimos bem nesta nossa casa micaelense.

Situada em plena costa Norte, bem junto à povoação de São Brás, esta casa de família do nosso amigo Henrique, está situada num terreno mais alto da povoação e envolta num luxuriante jardim de plantas açorianas.

Por dentro a casa está toda mobilada com mobília antiga de qualidade, e tudo é uma memória, mas não tão personalizada assim que nos faça lembrar que a casa não é nossa. Será por isso que acordamos todos os dias a pensar que estamos mesmo em casa?


11:30 O CHÁ GORREANA

O primeiro destino de hoje é a muito clássica Fábrica de Chá Gorreana.

Aqui a viagem no tempo continua, pois estas secular fábrica ainda hoje funciona com as máquinas originais (quase todas são, e as que foram substituídas foram-no por motivos ambientais). Como o nosso amigo Henrique é da família proprietária da fábrica e ainda por cima guia turístico, tem a simpatia de nos fazer uma visita guiada a estas instalações fabris, com todos os detalhes e segredos. E ficamos conquistados.

No final, temos uma prova de chá "como manda o figurino". Assim provamos um dos clássicos chás verdes da fábrica (pois esta fabrica apenas chás verdes e pretos) e um dos blends novos, que junta chá preto, ananás e canela. Claro que depois desta prova, não resistimos a comprar metade da gama dos chás que existem na loja... mas é que são de facto muito bons!



14:30 O ALMOÇO "NA LAGOA AZUL"

Depois de um começo repleto de "bom gosto", seguimos passeio até ao nosso próximo destino de visita: a Lagoa das Sete Cidades.

Ora como se sabe, o tempo nos Açores é mais do que maniento, e hoje até está um dia cinzento, o que nos fez temer o pior, mas depois de subirmos aos picos que rodeiam a famosa caldeira e passarmos o famoso miradoro do Rei (que estava todo envolto em nuvem, começarmos a descer e passamos rapidamente para baixo da grande nuvem e damos de frente com a deslumbrante vista das duas lagoas gémeas das sete cidades.

A vista, por mais que não haja sol, céu azul ou já se conheçam os postais turísticos, é absolutamente impressionante e deslumbrante, quer pela dimensão, quer pela beleza e equilíbrio de toda a caldeira e de toda a sua vegetação em torno destas duas enormes lagoas. É junto à lagoa azul que escolhemos um restaurante par almoçar, pois já era hora disso e o cenário é lindíssimo. O almoço, esse não tem grande história, mas o local é imperdível ... por isso valeu mesmo a pena pararmos aqui!


16:30 AS TERMAS DA FERRARIA

Numa pequena vertente da lagoa das sete cidades, mas junto à costa Sul da ilha, estão as pequenas termas da Ferraria. É aqui que nos dirigimos logo depois de almoço.

Se as termas em si têm uma piscina natural com águas das nascentes naturais, balneários e um café e também lotação limitada, já as piscinas naturais junto às mesmas, nem por isso ... mas também têm os balneários, WCs e chuveiros exteriores, bem como um acesso fácil e dois nadadoras salvadoras muito simpáticas. A simpatia delas é essencial, pois o acesso às piscinas pelas rochas não é do mais fácil que vimos aqui nos Açores, mas elas muito prestavelmente, ajudam todos a chegar às piscinas e fruir este local absolutamente maravilhoso.

Ora como estávamos junto ao mar, fora da caldeira em si, e junto à costa Sul da ilha, já o sol brilhava e o céu estava azul, o que fez desta tarde, nas piscinas naturais da Ferraria uma tarde de sol e banhos muito boa!



18:00 A QUINTA DOS ANANASES

Mas porque o dia de visitas ainda não tinha acabado, saímos um pouco mais cedo das piscinas naturais e fizemos-nos à estrada, pois um final de tarde entre estufas da maior plantação de ananases de São Miguel esperava-nos.

Quando chegamos à quinta Augusto Arruda, percebemos que estamos numa propriedade agrícola antiga, com estufas de vidro, tradição no cultivo do desejado e raro fruto e um requinte na arte de bem receber, que só as grandes instituições têm.

A visita à quinta antiga baseia-se num passeio pelas antigas estufas de vidro, onde nos é explicado todo o ciclo de cultivo do Ananás, e onde descobrimos a dificuldade e a raridade deste fruto. Sabiam que para cultivar um ananás demora dois anos a cada planta para o produzir? e que cada planta produz apenas um ananás no seu ciclo de vida? e que os ananases são só cultivados em cinco locais do mundo, de tão delicada que é esta planta? Pois é, tudo isto e muito mais aprendemos neste final de tarde passado nesta bela paisagem agrícola repleta de estufas de vidro do princípio do século XX e cheia de aromas doces e de fazer água na boca.

21:00 OS PALADARES DA QUINTA

Ora continuando na senda do mundo agrícola micaelense, depois da nossa visita à Plantação de Ananases Dr. Augusto Arruda, passamos por casa para nos arranjarmos para o nosso jantar de hoje no restaurante Paladares da Quinta.

Este restaurante é localizado na quinta agrícola da ilha, que tem além de um turismo de habitação um restaurante moderno e com uma boa arquitetura contemporânea, no meio do seu jardim. Mas infelizmente a comida não está à altura de todo o cenário de design e sofisticação que aqui existe. Não é que esteja mal feita (se bem que as lapas que comemos estavam de facto mal feitas), ou não tenha variedade (aliás o menu é grande demais, mesmo), ou que o serviço seja mau (que aliás são super atenciosos e muito simpáticos, mas com tal cenário e com uma sala de vidro rodeada de um jardim verdejante e repleta de mesas e cadeiras com design moderno, espera-se algo mais sofisticado do que um mediano bacalhau com broa, ou um bife sem sabor e mal temperado (o que é difícil aqui nos Açores, pois a carne aqui é excepcional). Safou-se uma carne de alguidar que estava bem feita, e uns filetes de abrótea que estavam também muito bons. Ou seja, no meio de um menu infindável, sugerimos que fiquem pela pouca cozinha regional que lá consta.

Foi assim que terminámos o dia, com um bom vinho açoreano, uma refeição mediana, num ambiente de quinta e design, tudo acompanhado por uma excelente conversa que durou até tarde sentados à mesa do jantar, ao bom estilo português.

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